Arquidiocese de Braga -

6 maio 2022

Militares pedem que Igreja evite “prepotência, indiferença e hierarquização”

Fotografia Ordinariato Castrense

DACS com Agência Ecclesia

958 membros das Forças Armadas responderam ao inquérito da equipa sinodal do Ordinariato Castrense.

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Os militares na Diocese das Forças Armadas pediram, na reflexão a propósito do Sínodo de 2023, que a Igreja acolha todos e evite a “prepotência, indiferença e hierarquização”, para além de que os capelães façam um trabalho mais quotidiano.

No documento resultante da reflexão afirma-se que “a capelania tem de ser mais um lugar de partilha não só nas dificuldades, mas também em encontros de partilha de alegrias e sucessos. Os membros das Forças Armadas consideram que o capelão tem de ter uma presença constante, próxima e amiga, sem o qual não é possível gerar comunidade de comunhão, participação na missão que a todos lhe é atribuída aquando da sua nomeação” e que as intervenções devem ser simples, acessíveis e traduzir-se uma proximidade”.

As conclusões do inquérito realizado pela equipa sinodal do Ordinariato Castrense, que recolheu 958 respostas, realçam ainda a importância de “acolher todos, independentemente de quem seja, todos devem sentir-se acolhidos, como numa família sem olhar à sua condição”.

“O capelão deve ter um horário para atendimento de acordo com as necessidades das pessoas que serve. Devem ainda estar dedicado ao conhecimento das pessoas, acompanhamento das suas famílias, gerando um dinamismo espiritual certo e constante”, solicitam, sublinhando ainda a importância da realização de “acções de formação, actividades de voluntariado e outros eventos que sejam importantes para criar um espírito solidário”.

A Equipa Sinodal da Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança lançou um inquérito em Fevereiro a todos os militares, com vista a uma reflexão alargada sobre o Sínodo 2021-2023, sobre o tema ‘Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão’. Afirmam, agora, que os resultados manifestaram a necessidade de “rejuvenescer o grupo de participantes nas actividades da capelania”.

Os militares desejam fazer do espaço da capelania, um local de “maior acolhimento”, “sem excluir ninguém”, em especial entre os mais novos e dinamizar “encontros de famílias”.

As conclusões apresentadas dão conta de um reconhecimento de uma “desilusão implícita” sobre o “papel da Igreja hoje na sociedade”, de “escândalos” que “proporcionam esta desilusão” e registam uma “apatia” entre a comunidade militar, um grande número de “não-praticantes” sem participação nos sacramentos.

Os militares reconhecem a existência de “canais onde as pessoas na capelania se possam expressar sobre a Igreja e de se sentirem acolhidas”, mas recomendam “um maior esforço no acolhimento das pessoas especialmente os que vivem com problemas”.

A Secretaria Geral do Sínodo decidiu prorrogar até 15 de Agosto de 2022 a entrega da síntese final das conferências episcopais, tendo igualmente estabelecido que a fase diocesana se prolongue até 31 de Maio de 2022, data em que deverão ser entregues as respectivas sínteses.

A Conferência Episcopal fará uma síntese, a partir das reflexões diocesanas, que será posteriormente enviada para o Vaticano.