Arquidiocese de Braga -

2 maio 2022

Jolanta Kafka: “Muitas vezes colocamo-nos não apenas ao lado dos necessitados, mas numa posição de poder”

Fotografia DR

DACS com Vida Nueva Digital

A presidente da UISG apresentou em Roma a XXII Assembleia Plenária, que versará sobre a fragilidade e a sinodalidade.

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Vulnerabilidade e sinodalidade. Estes são os dois eixos fundamentais que irão reger a XXII Assembleia Plenária da União Internacional das Superioras Gerais (UISG), que acontece de 2 a 6 de Maio em Roma e que também poderá ser assistida online.

A assembleia foi apresentada na Sala de Imprensa da Santa Sé por Jolanta Kafka, Presidente da UISG, Patricia Murray, Secretária Executiva, Mary Kudiyiruppil, Secretária Executiva Adjunta, e Franca Zonta, Superiora Geral das Irmãs Marianistas.

“A cada três anos, a Plenária da UISG reúne as superioras gerais de todo o mundo e costuma ser um ponto de encontro para partilhar o que foi vivido e o que a última assembleia traçou como caminhos de inspiração, aprofundamento e projecção”, explicou Kafka, que esclareceu que “geralmente torna-se um ponto de partida para novas pesquisas e criatividade”.

Nesta ocasião, as religiosas partem “da fragilidade humana que a Covid expôs ainda mais”, mas também da vulnerabilidade “da vida religiosa”, pois não há dúvida de que estão a passar “por um momento frágil, de dificuldade e crise” diante da qual sentem “a necessidade de uma nova leitura dos fundamentos da vida religiosa e dos conselhos evangélicos”.

 

Horizonte de sinodalidade

A partir daí, é necessário “abraçar a fragilidade” que as cerca, como uma realidade na qual Deus as chama, o que é “um paradoxo”, pois quando aceitam a fragilidade, fortalecem-se para se apoiarem mutuamente.

“Não há carisma, nem há família religiosa que não tenha nascido para responder ao clamor de Deus sobre os mais necessitados e frágeis”, continuou Kafka, “mas também é importante a maneira como nos colocamos perante os frágeis”. “Muitas vezes colocamo-nos não apenas ao lado dos necessitados, mas numa posição de poder”, reconheceu. “A novidade é reconhecer com mais consciência que também nós precisamos de compaixão, misericórdia, conversão, estar cientes das nossas feridas, dos nossos pecados”.

“A condição de vulnerabilidade coloca-nos em relação: não tenho tudo, preciso do outro”. Assim, “mostrar-se necessitado dos outros é algo a redescobrir na vida religiosa”.

Sobre o caminho sinodal, Kafka destacou que é “o horizonte da Igreja: uma visão, uma pedagogia e uma economia” na qual aceitam “o apelo a caminhar juntos, partilhando e escutando profundamente” a sua fé, os seus modos de vida, as suas esperanças e os seus sonhos.

 

Artigo de Elena Magariños, publicado em Vida Nueva Digital a 29 de Abril de 2022.