Arquidiocese de Braga -

28 abril 2022

Simpósio europeu reflecte sobre “lugar e papel” das escolas católicas

Fotografia

DACS com EDUCRIS

Simpósio termina esta quinta-feira, dia 28, e é seguido de uma assembleia geral dos responsáveis europeus.

\n

Começou ontem e termina esta quinta-feira, em Viena, na Áustria, o simpósio Comprometidos com uma visão. A importância das escolas católicas à luz dos desafios contemporâneos”, onde estão presentes o Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) e a Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC).

No primeiro dia, na conferência inicial, Jakob Deibl analisou o tema 'Igreja, Escola e Sociedade' e sustentou a ideia de que “para se repensar o papel e o lugar das instituições de ensino católico, se deve reflectir e apropriar a rica tradição da Igreja”, explicando que é preciso “trazer à mente, por exemplo, a abadia de Monte Cassino, e a ideia que está na origem das universidades”, para além de reler a tradição beneditina”. Para o professor de filosofia e teologia em Viena “não se pode pensar hoje as escolas, sob a égide da Igreja, sem assumir esta herança e continuar adiante”.

Num olhar sobre a educação que parte da ideia de que esta “trata de fazer ‘justiça’ ao ser humano e contribuir, decisivamente, para o seu desenvolvimento nas suas diversas dimensões”, o especialista considerou que “num projecto desta magnitude se torna necessário envolver toda a sociedade, e aí a religião está naturalmente, implicada”, completou.

Gemma Serrano apresentou o tema 'A Escola Católica num mundo numérico' e, focando a sua reflexão naquilo que apelidou de “era numérica”, a especialista deu conta que tal pressuposto levou o “a sistema escolar gerar um sem número de relatórios, estudos, e discursos” sobre o “desfasamento entre a escola e a sociedade”, sempre numa “lógica numérica” que privilegia os números.

Para resolver esse problema é necessário “conceber a educação como um movimento de equipa, com preocupações ecológicas, inclusiva e espaço capaz de gerar diálogo, testemunho e reconhecimento”, o que implica “desenvolver a interdisciplinariedade, a centralidade do aprender a colocar questões, a analisar a presença do outro na relação educativa, e de uma ligação entre pesquisa e pedagogia”. São maneiras que exprimem uma hospitalidade e uma busca profundamente cristãs”, completou.

Na terceira intervenção do dia, subordinada ao tema 'Qual é o objectivo da educação nas escolas católicas', Theo Van Der Zee afirmou que “tal como noutras instituições, as escolas da Igreja devem abordar temas como a diversidade e a individualização, ou as alterações climáticas”, mas lembrou a necessidade de “ler os sinais dos tempos”.

“Estas instituições são convidadas a ler e interpretar os sinais dos tempos a partir do prisma da história e da tradição católicas e a reinventar o valor último da dignidade humana”.

Para o historiador dos Países Baixos, este “modelo de acção” pressupõe o “encorajamento aos alunos e a todos os envolvidos na dinâmica escolar, de práticas de escuta e atenção à realidade, capaz de responder com sucesso aos desafios contemporâneos e a contribuir, de maneira significativa, para a construção social”.

Actualmente o Comité Europeu da Educação Católica representa 35 mil escolas e mais de 8 milhões de estudantes em toda a Europa.