Arquidiocese de Braga -

11 março 2022

México: Jesuítas procuram incluir a polícia municipal no seu programa de reconstrução da paz

Fotografia DR

DACS com Vida Nueva Digital

A análise do CIAS deixa claro que a incorporação da polícia municipal nos processos de reconstrução do tecido social tem impacto na redução da criminalidade e da delinquência.

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No dia 16 de março, o Centro de Investigação e Acção Social para a Paz (CIAS para a Paz) – obra social da Província Mexicana da Companhia de Jesus – irá apresentar o relatório “Polícia Municipal e Organização Comunitária: Um Desafio para a Paz”, no qual analisam as boas práticas operadas pelas forças policiais em oito municípios do país, que conseguiram manter baixos índices de criminalidade no México.

A análise – aponta o CIAS – deixa claro que a incorporação da polícia municipal nos processos de reconstrução do tecido social tem impacto na redução da criminalidade e da delinquência, além de contribuir para a construção do modelo de segurança cidadã, como elemento fundamental para a boa convivência nos territórios.

Os municípios onde estas boas práticas foram detectadas são: Chihuahua, Chihuahua; Saltillo Coahuila; San Pedro Garza García, San Nicolás de los Garza e General Escobedo, Nuevo León; Cherán e Tancítaro, Michoacán; e Nezahualcoyotl, Edomex.

A revisão dos casos permitiu ao CIAS localizar factores de mudança a partir das 15 variáveis ​​de reconstrução do tecido social que tem utilizado e, ao mesmo tempo, identificar 18 dimensões da segurança cidadã que ajudaram a reduzir a criminalidade e à sustentabilidade do processo.

 

Com uma visão clara do futuro

Com base no seu relatório, o centro confirma que a polícia municipal pode gerar, junto dos munícipes, condições de segurança com o apoio de outras instâncias.

Para isso, propõe fortalecer processos que os ajudem a responder com criatividade e flexibilidade no território e contexto social em que estão presentes, sem descuidar os mecanismos de controlo civil e responsabilização.

“É extremamente importante – acrescenta o CIAS – que os presidentes municipais ajudem as suas forças policiais a desenvolver e apostar o seu capital político em projectos de longo prazo com uma visão clara de futuro, tanto para os elementos das forças policiais, como para a cidadania”.

 

De mãos dadas com a cidadania

O Centro de Investigação e Acção Social para a Paz salienta que, com esta investigação, pretende contribuir para a relação entre a reconstrução do tecido social e a produção de segurança cidadã, contribuindo para o possível desenvolvimento de programas especiais para polícias e cidadãos municipais.

“A comunidade precisa de instituições de segurança, especialmente a polícia, para entender, abordar e resolver as vulnerabilidades decorrentes do crime; isto implica gerar processos de pertença, confiança e acordos entre os cidadãos e a polícia municipal”, acrescenta.

Por fim, garante que uma instituição tão desacreditada e questionada como a polícia municipal pode reinventar-se, diminuir a criminalidade, aumentar a confiança do cidadão e, às vezes, sem saber, reconstruir o tecido social das comunidades mais atingidas pela violência.

Artigo de Miroslava López, publicado em Vida Nueva Digital a 11 de Março de 2022.