Arquidiocese de Braga -

11 março 2022

A revolta das mães na Rússia, enquanto os Ucranianos continuam a resistir

Fotografia AFP

DACS com Vatican News

Muito jovens recrutas russos foram enviados para lutar na Ucrânia, desconhecendo que estavam a ser enviados para a guerra.

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As suas mães estão a protestar fortemente porque não têm notícias dos seus filhos.

Enquanto isso, o povo ucraniano está a tentar resistir contra o invasor: uma luta desigual para defender a sua liberdade.

Na Rússia há mães corajosas que não têm medo de protestar por os seus filhos terem sido enviados para invadir a Ucrânia sem sequer saberem que o iam fazer. Alguns são recrutas que acabaram de chegar à idade adulta, jovens soldados que não querem combater uma guerra de outras pessoas.

Há mães que podem concordar com as razões da guerra, porque há muita propaganda e desinformação, mas têm um um filho que foi enganado, usado e enviado para a frente de batalha para matar e morrer em vez de viver e deixar viver, então a rebelião torna-se mais forte do que qualquer medo.

Não importa se agora existe uma lei que condena até 15 anos de prisão quem falar em invasão. Se as mães se estão a revoltar, um regime tem que ficar preocupado.

Há mães russas que saíram às ruas para se manifestarem e que foram espancadas e presas. Para as mães, um filho é tudo. Elas querem saber onde estão os seus filhos, enviados para a batalha como carne para canhão, e de quem não têm notícias porque as autoridades não têm interesse em dá-las.

Há mães que têm esperança, porque os seus filho, capturados pelos ucranianos, puderam telefonar-lhes, a chorar. Eles ainda estão vivos. Há outros jovens soldados que desertam e fogem. Não entendem porque deveriam morrer por esta guerra.

Por outro lado, está a corajosa resistência de um povo Ucraniano livre, que não quer ser escravizado por um regime estrangeiro. Para aqueles que acreditam ou querem acreditar na mentira de que o exército russo foi libertar um povo nas mãos dos nazis, basta ver quantos Ucranianos de todo o mundo estão a deixar para trás os seus pertences, o seu bem-estar, a sua riqueza e conforto para regressarem à sua pátria para defendê-la do invasor.

Basta ver quantos idosos, mulheres e civis ucranianos desarmados estão a aparecer nas ruas ocupadas pelos tanques enviados por Moscovo, gritando aos Russos para se irem embora. Estes são factos flagrantes, provas concretas da falsidade das histórias que oferecem uma narrativa contrária. Aqui está um povo, a Ucrânia, que quer ser livre para decidir o seu próprio futuro e que resistirá até ao fim.

É por isso que o exército russo está a balear civis e a matá-los de fome, devastando tudo, atingindo casas, hospitais, escolas, igrejas: porque Moscovo sabe que pode vencer batalhas, mas não a guerra contra um povo que deseja liberdade.

Artigo de Sergio Centofanti, publicado em Vatican News a 11 de Março de 2022.