Arquidiocese de Braga -

9 março 2022

Putin detém sacerdote por pedir fim da guerra numa eucaristia

Fotografia

DACS com Vida Nueva Digital

O clérigo foi levado à justiça por criticar a intervenção militar na Ucrânia e incluir uma petição anti-guerra no site da paróquia.

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Um padre russo foi preso neste Domingo, 6 de Março, após proferir um sermão contra a invasão armada da Ucrânia pelo presidente Vladimir Putin.

Trata-se do sacerdote Ioann Burdin, da Igreja da Ressurreição de Kostroma, numa das regiões ocidentais da Rússia – cidade famosa por ser o berço da dinastia Romanov – e deve responder por acusações sobre as declarações anti-guerra e pela publicação de um link que apoia as teses contra a guerra no site da paróquia.

 

São nossos irmãos

O relatório da polícia, divulgado pela Newsweek, indica que o padre “cometeu uma ofensa pública destinada a desacreditar as forças armadas russas que estão a realizar uma operação militar especial” na Ucrânia.

São palavras que tinham um conteúdo significativo dentro da liturgia russa que considera como o “Domingo do Perdão” o anterior ao início da Quaresma.

De acordo com alguns meios de comunicação russos, o clérigo criticou as acções de “tropas russas na Ucrânia que bombardeiam as cidades ucranianas de Kiev, Odessa, Kharkiv e matam cidadãos ucranianos, irmãos e irmãs em Cristo”.

No site da paróquia havia um link para assinar uma petição contra a guerra afirmando que “os cristãos não podem ficar de braços cruzados quando um irmão mata outro irmão, um cristão mata outro cristão” e a pedir que “não se repitam os crimes de quem saudou os feitos de Hitler a 1 de Setembro de 1939”.

Agora, o sacerdote terá que responder perante um juiz do tribunal distrital de Krasnoselsky, na região de Kostroma.

 

Artigo de Mateo González Alonso, publicado em Vida Nueva Digital a 9 de Março de 2022.