Arquidiocese de Braga -

28 fevereiro 2022

Cáritas Portuguesa lança campanha de apoio à Ucrânia

Fotografia Bernat Armangue/Associated Press

DACS

A verba angariada tem o objectivo reforçar a capacidade de resposta da Cáritas na Ucrânia, nos países fronteiriços e o eventual acolhimento a famílias deslocadas em Portugal.

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A Cáritas Portuguesa anunciou esta segunda-feira uma campanha de apoio à população da Ucrânia. A verba angariada tem o objectivo reforçar a capacidade de resposta da Cáritas na Ucrânia, nos países fronteiriços e o eventual acolhimento a famílias deslocadas em Portugal.

A instituição de solidariedade afirma que está a acompanhar de “forma próxima” a situação de guerra através da rede internacional da organização, que de imediato se uniu em ajuda à Cáritas da Ucrânia”, de forma a “fortalecer a sua capacidade de garantir apoio à população”.

Rita Valadas, presidente da Cáritas Portuguesa, explicou que esta medida de urgência” foi tomada face ao pedido de ajuda da Cáritas Ucrânia, que tem intensificado a sua resposta junto da população e cujas necessidades aumentam diariamente” em termos de alimentos, medicamentos, abrigo e resposta aos milhares de pessoas deslocadas que necessitam de ajuda imediata”.

A campanha é lançada simbolicamente esta quarta-feira, na sede da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), às 14h30, num momento de oração pela paz na Ucrânia, associando-se ambas as entidades ao apelo do Papa para fazer da Quarta-feira de Cinzas uma jornada especial de jejum e oração pela paz.

A Cáritas Internacional lançou um apelo de emergência com o qual procura ajudar cerca de 13 mil pessoas em áreas críticas da Ucrânia como Kramatorsk, Rubizhne, Zaporizhya, Volnovakha, Mariupol, Kharkiv, Dnipro, Kiev, Zhytomyr, Odessa e Ivano-Frankivk. As Cáritas da Polónia, Moldávia, Roménia e Eslováquia estão a prestar assistência humanitária e informação segura aos milhares de refugiados que estão a atravessar estas fronteiras.

A Cáritas Portuguesa ofereceu, através do seu Fundo de Emergências Internacionais, 20 mil euros numa ajuda de emergência à Cáritas da Ucrânia. Os donativos para o fundo agora lançado podem ser feitos online, através do IBAN PT50.0033.0000.01090040150.12 ou na rede multibanco – 22222 (entidade) 222 222 222 (referência).

Segundo a ONU, o conflito já vitimou 102 civis, provocando ainda mais de 500 mil refugiados, com mais de 280 mil a entrar na Polónia, mais de 84 mil na Hungria, 36 mil na Moldávia, 32 mil na Roménia e cerca de 30 mil na Eslováquia.

Representantes da Rússia e Ucrânia estão reunidos esta segunda-feira na Bielorrússia após o presidente ucraniano, Volodimir Zelenskii, aceitar no domingo que os dois países em guerra se reuniriam sem “pré-condições”. Zelenskii admitiu não ter grandes perspectivas de sucesso após mais uma noite de bombardeamentos e ataques na Ucrânia, a ameaça nuclear feita por Vladimir Putin, presidente russo, no domingo, e não acreditando que a Rússia abdique das exigências realizadas anteriormente, nomeadamente a desmilitarização da Ucrânia, renúncia à NATO e assumir-se como estado “neutral”.

Para tal contribui, também, o local de negociações. De acordo com o jornal Washington Post e a agência Associated Press, o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko está a ponderar enviar tropas bielorrussas para o conflito a qualquer momento e a Bielorrússia aprovou em referendo, este domingo, uma emenda constitucional que rejeita o estatuto de “país não-nuclear” e que pode levar a Rússia a transferir para lá parte do seu armamento nuclear.

A guerra, despoletada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, vai no quinto dia. De acordo com o exército ucraniano, as tropas russas “continuam a bombardear em quase todas as direcções”, com cidades como KievKharkiv, Mariupol e Chernihiv a serem novamente atacadas entre a noite de domingo e as primeiras horas desta segunda-feira – conseguindo, no entanto, rebater os avanços russos.

União Europeia, Estados Unidos da América e vários países do G20 lançaram fortes sanções à economia, a oligarcas, políticos e líderes russos. Entre elas estão o bloqueio do acesso de grande parte dos bancos russos ao sistema de transacções financeiras SWIFT, o congelamento das reservas detidas no estrangeiro pelo banco central russo, o encerramento do espaço aéreo da União Europeia a aviões russos, e a expulsão da Russia Today e da agência Sputnik (meios de comunicação estatais russos) da União Europeia.

A União Europeia aprovou ainda a compra de armamento para fornecer à Ucrânia.