Arquidiocese de Braga -
24 fevereiro 2022
Alessandra Smerilli: “Os ventos de guerra, após décadas de rearmamento sem sentido, não podem fazer-nos perder a esperança”
DACS com Vida Nueva Digital
A religiosa salesiana apresentou hoje a Mensagem Quaresmal do Papa juntamente com o Cardeal Montenegro e um sacerdote dedicado à pastoral com os ciganos.
Assim se expressou hoje a secretária interina do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Alessandra Smerilli, FMA, na apresentação da Mensagem de Francisco para a Quaresma 2022. Embora sem citar a situação na Ucrânia, as palavras da salesiana soam como um grito de “não à guerra”!
Como explicou a religiosa, “no curso ora lento, ora ritmado, ora frenético dos nossos dias, o tempo da Quaresma oferece-nos um momento propício para regressar à direcção certa do caminho, o do amor a Deus e ao próximo, que nos caracteriza como cristãos. Este caminho exige perseverança e muita paciência, devido às decepções, fracassos, e tentação de encerraar-se em si mesmos”. E continuou: “Somos convidados a viver na Casa comum como uma família”.
“O Santo Padre – na sua mensagem sobre a exortação de São Paulo aos Gálatas (Gal 6,9-10a) – convida-nos a entrar na Quaresma interiorizando mais radicalmente o que significa olhar cada pessoa que encontramos com os olhos de Cristo e reconhecendo os olhos de Cristo. Despojar-se do supérfluo, iluminar, levar a sério o apelo à conversão significa, na Igreja deste momento histórico, expressar mais claramente nas nossas vidas e com as nossas relações aquele amor que brota da vida íntima de Deus, que une o Pai e o Filho ao Espírito Santo”, destacou.
Cardeal Montenegro, Arcebispo Emérito de Agrigento
Por outro lado, o Cardeal Arcebispo Emérito de Agrigento, Francesco Montenegro, aproveitou a apresentação para convidar “a ler o texto na íntegra e usá-lo para uma reflexão constante durante o tempo de graça que estamos prestes a iniciar”.
“A Mensagem insiste especialmente na metáfora da semeadura e da colheita, no convite a não nos cansarmos de fazer o bem e na paciência que se deve ter enquanto se espera que os frutos amadureçam”, acrescentou.
Durante o seu discurso, também se referiu às guerras. “A crise sanitária, económica e social causada pela pandemia, os ventos de guerra que sopram em várias partes do mundo, o escândalo da fome em várias áreas do planeta, as desigualdades acentuadas pela falta de trabalho ou pela exploração dos mais fracos, são realidades que nos desafiam como Igreja”, destacou.
Da mesma forma, concluiu que a Mensagem do Papa é “um caminho de compromisso e responsabilidade. Cada um de nós é chamado a fazer o bem, a semear a justiça e a caridade, a não desistir de procurar caminhos de desenvolvimento humano e a trabalhar assiduamente para que a dignidade de todos seja respeitada”.
E sublinhou: “Esta Quaresma é o tempo que o Senhor nos dá, é a oportunidade que Ele nos oferece para fazer o bem e levar a luz do Ressuscitado ao mundo”.
Massimo Mostioli, sacerdote comprometido com o trabalho pastoral com os ciganos
Por sua vez, Massimo Mostioli, sacerdote da diocese de Pavia comprometido com a Pastoral com os ciganos, deu testemunho da sua vocação, nascida do encontro com essas pessoas. “Desde 1996 que vivo numa caravana para ir ao encontro e ser acolhido pelos ciganos onde quer que estejam, vivendo a sua vida e aprendendo a sua língua. Estou feliz com este serviço, amo os ciganos e eles também me amam, poder anunciar a Palavra de Deus que salva e liberta dá-me muita alegria, apesar das falhas, decepções e incompreensões, eles ensinam-nos a crescer na humildade”, indicou.
Artigo de Rubén Cruz, publicado em Vida Nueva Digital a 24 de Fevereiro de 2022.
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