Arquidiocese de Braga -
17 fevereiro 2022
Trapistas elegem Holandês como novo Abade Geral
DACS com La Croix International
O Abade Bernardus Peeters, da Abadia de Tilburg, na Holanda, irá liderar a Ordem Mundial dos Cistercienses da Estrita Observância (OSCO) por um período indefinido.
Delegados de todo o mundo escolheram o sacerdote de 54 anos durante o Capítulo Geral da congregação de 6 a 18 de Fevereiro em Assis (Itália).
Peeters nasceu em Heerlen (Holanda), em 1968, e ingressou na Nossa Senhora de Konigshoeven (nome oficial da Abadia de Tilburg) em 1986. Fez a profissão solene em 1991 e foi ordenado presbítero em 1997.
Em 2005 foi eleito Abade pela sua comunidade em Tilburg, e pouco depois presidente da região de língua holandesa.
Peeters sucede Eamon Fitzgerald. Fitzgerald, um ex-Abade da Abadia de Mount Melleray na Irlanda, foi eleito Abade Geral em 2008. Devido a problemas de saúde, quis renunciar em 2020 ao completar 75 anos, mas a pandemia de Covid-19 proibiu a realização de um Capítulo electivo.
Não há mandato fixo para um Abade Geral.
Durante este Capítulo recente, o Abade Fitzgerald disse à assembleia o quanto havia, durante o seu mandato, interiorizado a consciência de pertencer a uma Ordem e a uma tradição maior que a sua própria comunidade e “a uma realidade que está além” de todos eles.
Desde 2011, Abades e Abadessas formam um único Capítulo Geral que é a autoridade suprema da Ordem. Reúnem-se a cada três anos durante três semanas para fortalecer os laços de paz e caridade dentro da Ordem e tomar as decisões adequadas para manterem o seu património e unidade.
O Capítulo Geral elege, por um período irrestrito, um Abade Geral. O seu papel principal é ser um vínculo de unidade dentro da Ordem. É auxiliado nesta tarefa por um Conselho que reside em Roma.
Procurando a união com Deus, através de Jesus Cristo, numa comunidade de irmãs ou irmãos
Os Trapistas receberam o seu nome em homenagem à Abadia de La Trappe, na Normandia, onde se originou o movimento de reforma Cisterciense.
Ordem dos Cistercienses da Estrita Observância afastou-se d Ordem Cisterciense original em 1892 para se tornar uma Ordem separada.
Segue a Regra de São Bento e tem comunidades de monges e monjas. “Estrita Observância” refere-se ao objectivo dos Trapistas de seguirem de perto a Regra.
As suas vidas são dedicadas a procurar a união com Deus, por meio de Jesus Cristo, numa comunidade de irmãs ou irmãos.
Os monges e monjas vivem em comunidades estáveis, separadas da vida comum da sociedade. Todos os dias a Liturgia das Horas completa é celebrada em coro, começando com o Ofício das Vigílias algumas horas antes do amanhecer.
O dia é equilibrado entre trabalho, leitura e estudo; as comunidades são autosustentáveis e empenhadas em oferecer hospitalidade a quem vem em busca de um ambiente de oração.
O ramo feminino tem 75 abadias e 1.500 monjas, enquanto o ramo masculino tem cerca de 100 abadias para 1.600 monges, segundo estatísticas de 2020.
Presentes em todos os continentes, a Ordem tem que lidar com muitos membros idosos e menos membros a entrar, especialmente no Ocidente. No entanto, isto é relativamente equilibrado pelo número de vocações nos países em desenvolvimento, especialmente em África.
Na década de 1940 havia apenas um mosteiro Trapista em África, seis na Ásia e no Pacífico e nenhum na América Latina. Agora existem cerca de 20 mosteiros em África, 14 na América Central e do Sul e mais de 20 na Ásia e no Pacífico.
Após o Concílio Vaticano II (1962-65), a Ordem empenhou-se em renovar as suas constituições de acordo com o espírito do Concílio.
Isto resultou numa maior consciência e valorização da riqueza da sua herança de espiritualidade e prática, e no reconhecimento da necessidade de um maior grau de pluralismo para facilitar a inculturação e permitir que o carisma Cisterciense seja vivido em muitas partes diferentes do mundo para onde se espalhou em tempos mais recentes.
Um dos teólogos Trapistas mais notáveis dos últimos tempos foi Thomas Merton (1915 – 1968), um autor proeminente na tradição mística e um poeta notável, bem como um crítico social e literário.
Artigo de La Croix International, publicado a 16 de Fevereiro de 2022.
Partilhar