Arquidiocese de Braga -
10 janeiro 2022
Lourdes Castro morreu aos 91 anos
DACS com Lusa
Artista morreu no sábado, 8 de Janeiro. Criou os paramentos da Capela Árvore da Vida, do Seminário Conciliar de Braga.
A artista plástica Lourdes Castro faleceu no sábado, dia 8 de Janeiro, aos 91 anos. Conhecida pelo trabalho em volta das sombras, criou os paramentos da Capela Árvore da Vida, do Seminário Conciliar de Braga, e é sepultada esta segunda-feira, no Funchal.
Nascida em 1930 no Funchal, ilha da Madeira, Lourdes Castro estudou pintura na Escola Superior de Belas Artes, em Lisboa, e viveu na Alemanha e em França, onde foi uma das fundadoras da revista "KWY", um título composto por três letras que não existiam, na época, no alfabeto português. A artista madeirense foi galardoada com a Medalha de Mérito da Cultura em 2020 pelo "contributo incontestável" para a cultura portuguesa.
Lourdes Castro respondeu ao convite do Seminário Conciliar de Braga para desenhar quatro paramentos para a Capela Árvore da Vida, baseados nos elementos naturais do algodão, linho, seda e lã, com ligação às quatro estações do ano e ainda ornamentação com lâminas de ágata em cores diferentes, de acordo com os diversos momentos litúrgicos.
A natureza era uma das grandes paixões da artista, e com ela viveu uma estreita ligação que se projetou e entrelaçou profundamente no seu trabalho, nomeadamente na série "O grande herbário de sombras" (1972).
Lourdes Castro iniciou estudos no Colégio Alemão, mas, aos 20 anos, partiu em direção a Lisboa onde frequentou o curso de pintura da Escola Superior de Belas Artes (ESBAL), terminado em 1956, e iniciou o seu percurso expositivo com uma colectiva ao lado de José Escada, no Centro Nacional de Cultura, em Lisboa, em 1954.
Casou com René Bertholo, em 1957, e, depois de uma estadia em Munique, na Alemanha, partiram ambos para Paris, no final do Inverno de 1957, fixando aí residência.
Em 1958, foi-lhe atribuída uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, o que coincidiu e ajudou, em parte, o início de um projecto em comum – a publicação de uma revista, impressa à mão, em serigrafia, a que chamaram "KWY" (1958-1963).
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