Arquidiocese de Braga -
6 janeiro 2022
“Se nos fizermos pequenos por dentro, redescobriremos a maravilha de adorar Jesus”, propõe Francisco
DACS com Vida Nueva
“Se não abandonarmos as nossas pretensões, as nossas vaidades, podemos adorar alguém ou algo em vida, mas não será o Senhor”, adverte o Pontífice.
A chuva e o mau tempo não impediram os fiéis de irem à Praça de São Pedro rezar com o Papa, que os felicitou neste dia de festa.
O Pontífice também felicitou a Igreja Oriental, Católica e Ortodoxa pelo Natal. Recordou também que neste dia é celebrada em muitos países a Infância Missionária, pela qual agradeceu a oração e o empenho dos mais jovens. Também elogiou as iniciativas que são realizadas por ocasião desta celebração.
Deixar espaço para Deus
Comentando o Evangelho dos Magos do Oriente (cf. Mt 2,1-12), o Papa destacou que “não se escandalizam, não se decepcionam. Não se queixam, prostram-se” depois de seguirem a estrela e encontrarem simplesmente um filho com a mãe.
“Esses sábios vindos de longe, ricos, cultos e famosos”, destacou o Pontífice, “prostram-se, isto é, inclinam-se até ao chão para adorar uma criança. É surpreendente um gesto tão humilde por parte de homens tão ilustres”.
O Papa comentou o paradoxo do gesto solene diante de um bebé e lembrou que prostrar-se “diante do Menino de Belém não é fácil. Não é fácil adorar este Deus, cuja divindade permanece oculta e não aparece triunfante. Significa aceitar a grandeza de Deus, que se manifesta na pequenez. Os Magos rebaixam-se perante a lógica inédita de Deus, acolhem o Senhor não como o imaginaram, mas como Ele é, pequeno e pobre”.
Para Francisco, “a sua prostração é o sinal de quem põe de lado as próprias ideias e deixa espaço para Deus”.
Adorar a Jesus
Além disso, os magos “abrem-se à adoração de Deus”, acrescentou Bergoglio. “Os cofres que abrem são a imagem do seu coração aberto: a sua verdadeira riqueza não consiste na fama e no sucesso, mas na humildade, na crença de que precisam da salvação”.
“Se estivermos sempre no centro de tudo com as nossas próprias ideias e nos gabarmos de algo diante de Deus, nunca nos encontraremos com Ele plenamente, nunca chegaremos a adorá-Lo”, alertou o Papa.
“Se não abandonarmos as nossas pretensões, as nossas vaidades, as nossas obsessões, o nosso desejo de superação, poderemos adorar alguém ou algo na vida, mas não será o Senhor”, advertiu Francisco.
“Se, elo contrário, abandonarmos as nossas pretensões de autosuficiência, se nos fizermos pequenos por dentro, reencontraremos a maravilha da adoração a Jesus. Porque a adoração passa pela humildade do coração: quem tem o desejo de se superar, não se dá conta da presença do Senhor. Jesus passa ao largo e é ignorado, como acontecia com muitos naquela época, mas não com os Magos”, afirmou.
Por isso, Francisco convidou cada um a questionar-se sobre a sua humildade, orgulho, docilidade a Deus ou oração.
“Olha para a estrela e caminha, não deixes de caminhar; mas olha para a estrela, é o conselho de hoje”, recomendou o Pontífice.
Artigo de Mateo González Alonso, publicado em Vida Nueva Digital a 6 de Janeiro de 2022.
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