Arquidiocese de Braga -

8 novembro 2021

Assembleia Plenária da CEP já começou

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DACS

Impacto da pandemia, cimeira de Glasgow, eutanásia e protecção de menores e adultos vulneráveis foram abordados no discurso de abertura.

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Iniciou hoje a 201.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). D. José Ornelas, Presidente da CEP, lembrou durante o discurso de abertura que esta é a primeira vez em dois anos que a Assembleia “assume uma organização de quase normalidade” devido à pandemia de Covid-19.

“Damos graças a Deus por estas novas condições e manifestamos um profundo agradecimento a quantos tornaram possível esta evolução positiva, a começar por todos os profissionais de saúde que, incansavelmente e à custa da sua própria saúde, cuidaram daqueles que foram atingidos por esta enorme crise. Lembramos com fé aqueles que sucumbiram à doença, bem como os seus familiares e, unir-nos-emos a todos eles, na celebração da Eucaristia de conclusão desta Assembleia, no dia 11 de Novembro”, afirmou.

O Presidente, em nome da CEP, exprimiu igualmente agradecimentos a todos quanto contribuíram com “investigação científica, no exercício da autoridade a todos os níveis, nos movimentos de solidariedade e, de modo especial, nas comunidades eclesiais”. D. José Ornelas frisou ainda que a esperança num futuro mais humano não se construirá sem um novo espírito de solidariedade e justiça.

“No contexto da pandemia, sem um acesso da população mundial a vacinas e a recursos para todos, as melhores práticas dos países com mais possibilidades económicas acabarão sempre por naufragar em novos contágios, com estirpes mais complicadas do vírus. Sem a globalização da justiça e da solidariedade o mundo globalizado torna-se numa confusão de tensões contagiosas, miséria, migrações perigosas e depredação do planeta”, lembrou.

D. José Ornelas recordou ainda a conferência sobre as alterações climáticas a decorrer em Glasgow, pedindo que a ecologia seja colocada na agenda prioritária da Igreja e do mundo. Também a dissolução da Assembleia da República em Portugal foi lembrada, com o Bispo a pedir decisões acertadas, com particular atenção aos mais frágeis e necessitados.

“Por mais que o processo tenha levado muitas pessoas ao ceticismo sobre o panorama político nacional, é fundamental que esta nova etapa da vida do país possa contar com a participação acrescida dos cidadãos, na clarificação do panorama político. É urgente que os partidos e todos os intervenientes encarem com credibilidade e sentido de Estado os grandes desafios e oportunidades que se encontram no futuro imediato de todos nós”, sublinhou.

O Presidente da CEP afirmou que, diante deste quadro político, é ainda “mais incompreensível a discussão e aprovação da lei da eutanásia por uma Assembleia da República moribunda”, reiterando que a ideologia não pode sobrepor-se “à defesa intransigente do direito à vida” plasmada na Constituição.

“Tema também desafiador para toda a sociedade e que a Igreja toma como prioritário é o da proteção de menores e pessoas vulneráveis. É um dos assuntos desta Assembleia, no propósito de verificar os processos em curso, articular melhor as instâncias diocesanas e a coordenação nacional, de modo a oferecer oportunidades seguras e fiáveis no acolhimento de denúncias e acompanhamento às vítimas de abusos, na clarificação de processos e, sobretudo, na formação de pessoas. Faremos tudo para proteger as vítimas, apurar a verdade histórica e impedir estas situações dramáticas que destroem pessoas e contradizem o ser e a missão da Igreja”, acrescentou.

Dois outros temas também serão abordados nesta Assembleia Plenária: o processo sinodal desencadeado pelo Papa Francisco e a Jornada Mundial da Juventude, a decorrer em Lisboa em 2023. D. José Ornelas concluiu a intervenção com o anúncio da tradução do novo Missal Romano para a Igreja em Portugal, agradecendo a todos os que tornaram possível este “longo processo tão relevante para a vida da Igreja em Portugal e nos Países Lusófonos”.