Arquidiocese de Braga -

3 novembro 2021

Francisco diz que “não há tempo a perder” nas alterações climáticas

Fotografia Alessandro Di Meo/NYTimes

DACS com Agência Ecclesia

Numa mensagem para a cimeira COP26, o Papa pede acção imediata aos países.

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O Papa desafiou os participantes na cimeira COP26 a agir imediatamente para cumprir os compromissos assumidos no combate às alterações climáticas, sublinhando que “não há tempo a perder”.

Na mensagem à 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, Francisco afirmou que “muitos dos nossos irmãos e irmãs estão a sofrer com esta crise climática e que as vidas de inúmeras pessoas, especialmente as mais vulneráveis, têm sentido os seus efeitos cada vez mais frequentes e devastadores”.

“Temos de reconhecer o quanto ainda estamos longe de atingir as metas estabelecidas para enfrentar as mudanças climáticas. Devemos ser honestos: isto não pode continuar assim!”, acrescentou o líder da Igreja Católica, numa mensagem em que fala na “tarefa vital” de enfrentar as alterações climáticas no contexto do combate à actual pandemia de covid-19, o que exige “profunda solidariedade e cooperação fraterna” entre todos os povos.

A COP26 decorre em Glasgow, na Escócia, seis anos após a Conferência de Paris, na qual se estabeleceu um acordo que visa limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época anterior à Revolução Industrial.

Para o Papa, só será possível atingir “as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris se agirmos de forma coordenada e responsável. Essas metas são ambiciosas e já não podem ser adiadas. Hoje compete-vos a vós tomar as decisões necessárias”.

Francisco apontou à necessidade de defender a dignidade da vida humana e a saúde do planeta, numa “mudança de época”, com maior empenho dos países mais desenvolvidos, que precisam de assumir um papel de liderança nas áreas de financiamento do clima, descarbonização no sistema económico e na vida das pessoas, na promoção de uma economia circular, apoiando os países mais vulneráveis que se procuram adaptar ao impacto das mudanças climáticas e responder às perdas e danos que estas causaram”.

O Papa destacou o compromisso da Igreja Católica na promoção de uma “ecologia integral”, promovendo “novos estilos de vida”, e disse que o mundo precisa de “esperança e coragem” para uma transição que deve ter em consideração “os povos mais vulneráveis” e a “dívida ecológica” em relação aos mesmos.