Arquidiocese de Braga -

2 setembro 2021

Oração ajuda prisioneiros durante a pandemia

Fotografia Emiliano Bar / Unsplash

DACS com The Tablet

A oração e a espiritualidade ajudaram os prisioneiros a controlar o stress e a ansiedade durante a pandemia, revelou uma pesquisa recente com prisioneiros irlandeses em prisões estrangeiras.

\n

A pesquisa foi realizada pelo Conselho Irlandês para os Prisioneiros no Estrangeiro (ICPO) entre os 1.100 cidadãos irlandeses que estão presos em 30 países. A organização tem apoiado prisioneiros irlandeses no estrangeiro e as suas famílias desde há 35 anos.

Uma proporção significativa dos inquiridos relatou sentimentos de isolamento e pouco tempo fora da cela devido aos confinamentos de 23 horas durante a pandemia, bem como atrasos nas audiências jurídicas e uma incapacidade de acesso a cursos educacionais e comportamentais.

As restrições impostas durante a pandemia contribuíram para dificuldades de saúde mental em até pelo menos 60% dos prisioneiros irlandeses.

Baseando-se nos testemunhos de prisioneiros sobre as suas experiências entre Janeiro e Março de 2020, a pesquisa mostra o impacto negativo da pandemia, já que muitos prisioneiros foram mantidos em confinamento quase constante, sem visitas e pouca ou nenhuma actividade, como acesso ao ginásio e outros formas de exercício.

Uma das recomendações da investigação é que as autoridades prisionais garantam que existem apoios adequados para os prisioneiros que estão a passar por dificuldades de saúde mental e que as restrições relacionadas com a Covid-19 sejam suspensas assim que for seguro fazê-lo.

O ICPO diz que as restrições não se devem tornar o “novo normal” e o acesso a videochamadas deve continuar mesmo quando as restrições forem levantadas, mas não devem ser usadas como um substituto para visitas físicas de familiares e amigos.

Os próprios prisioneiros identificaram as suas famílias como a sua maior preocupação durante a pandemia.

Falando sobre os resultados da pesquisa, o Bispo Denis Brennan, presidente do ICPO, disse que a investigação destacou as dificuldades de saúde mental experienciadas pelos irlandeses que estão presos no estrangeiro.

“Embora seja amplamente aceite que esses problemas são uma realidade para muitos presos cá, no caso de um cidadão na prisão de um país estrangeiro são agravados pelo tempo, distância– especialmente de entes queridos e familiares –, finanças, isolamento, idioma e uma miríade de potenciais barreiras culturais”, afirmou.

D. Brennan disse que também está preocupado com o número relativamente alto de inquiridos que indicou não ter um sentido de direção claro para a vida após a prisão.

A pesquisa mostrou que 42% dos prisioneiros não sabiam quais seriam os seus planos depois de a sentença no estrangeiro terminar.

Artigo de Sarah Mac Donald, publicado no The Tablet a 31 de Agosto de 2021.