Arquidiocese de Braga -
28 julho 2021
Igreja ajuda sistema de saúde em dificuldades de Myanmar a lidar com a Covid-19
DACS
Seminário Maior de São José, em Yangon, foi convertido num centro de assistência e actualmente acomoda 50 pessoas em estado grave, a necessitarem de oxigénio.
A Igreja Católica está a ajudar as pessoas afectadas pelo coronavírus em Myanmar, enquanto o sistema de saúde do país luta para lidar com uma onda recorde de infecções por COVID-19.
O Ucanews.com relatou que o Seminário Maior de São José, em Yangon, foi convertido num centro de assistência e actualmente acomoda 50 pessoas em estado grave, a necessitarem de oxigénio. Mais camas estão a ser arranjadas para acomodar 70 pessoas no Seminário porque mais de 50 pessoas estão em lista de espera, disseram fontes oficiais da Igreja.
Outras 50 pessoas foram admitidas no complexo da Igreja da Epifania em Yangon, enquanto um seminário em Thanlyin, uma cidade portuária perto de Yangon, está a ser convertido num centro de cuidados.
Mais centros de cuidados estão a ser abertos em dioceses católicas como Myitkyina, Lashio e Taungngu, informou o Ucanews.com.
A Karuna Myanmar – como a agência católica de ajuda humanitária Cáritas é conhecida – está a trabalhar com a Medical Action Myanmar, uma organização não governamental que fornece cuidados médicos, incluindo abastecimentos de oxigénio, em centros de cuidados administrados por igrejas, disseram autoridades eclesiais. Todos os centros de cuidados aceitam pessoas independentemente da sua raça e religião.
O padre Henry Eikhlein, coordenador executivo das Iniciativas de Assistência Humanitária da Igreja Católica de Myanmar, disse que a igreja irá dar prioridade à realização de programas de consciencialização, abrindo centros de cuidados e fornecendo os abastecimentos de oxigénio tão necessários. A organização foi criada pelo cardeal Charles Bo, de Yangon, e outros bispos, juntamente com padres, religiosos, médicos e leigos para responder à pandemia.
A iniciativa da Igreja acontece no momento em que a terceira vaga devasta Myanmar, já devastada depois de os militares terem derrubado os líderes civis eleitos e terem tomado o poder a 1 de Fevereiro. A turbulência e os protestos que se seguiram tornaram a resposta pandémica do país num caos.
O Ministério da Saúde, controlado pela junta militar, estimou a carga diária de casos numa média de 6.000 e 200 mortes, mas médicos e grupos de caridade dizem que os números reais são maiores.
As pessoas precisam de estar na fila durante muitas horas para receber oxigénio em várias cidades, enquanto pacientes gravemente doentes morrem em casa.
Bo apelou aos que governam para que sejam “bons pastores” e salvem o povo.
“Estes são tempos apocalípticos: fome, luta por oxigénio, longas filas nos cemitérios e o vírus persistente do conflito e da pobreza do nosso povo”, disse, numa homilia a 25 de Julho. “A menos que haja paz, centenas de pessoas serão enterradas todos os dias. A paz é a única vacina contra aquilo que se está a transformar num apocalipse de morte e doença”, afirmou.
O padre Robert Mg Ba, da diocese de Kalay, que transformou um Centro Pastoral num centro de assistência que cuida de 11 pacientes com oxigénio, disse que conseguir 24 horas de electricidade é um grande desafio.
“Temos 30 camas e até instalamos concentradores de oxigénio, mas não podemos admitir mais pacientes devido ao problema de electricidade”, disse o sacerdote ao Ucanews.com.
A Diocese de Kalay tem dez voluntários, incluindo médicos, enfermeiras e jovens que trabalham para fornecer suporte médico aos pacientes. Também administra uma clínica e instalações de testes à Covid-19.
Artigo de Catholic News Service, publicado no Crux a 27 de Julho de 2021.
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