Arquidiocese de Braga -

19 julho 2021

Encontro Mundial de Movimentos Populares realizou-se online

Fotografia

DACS com MP

Mais de duzentos representantes de movimentos populares da América, Europa, Ásia e África marcaram presença no encontro.

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Relizou-se no passado 9 de Julho a primeira parte do IV Encontro Mundial de Movimentos Populares, com representantes de 54 países a participarem em formato online.

"Por pouco mais de três horas, mais de duzentos representantes de movimentos populares da América, Europa, Ásia e África, representando uma diversidade de trabalhadores humildes, marginalizados e excluídos de 54 países; trabalhadores rurais sem-terra; e trabalhadores sem teto e suas famílias, de bairros populares e favelas; trabalhadores de vários ofícios que além de sofrerem as injustiças deste sistema lutam contra eles, reuniram-se no anseio comum por um planeta que garanta terra, moradia e trabalho para todos e em todos os lugares", refere o comunicado de imprensa.

Nesta primeira parte da sessão – que contou com a participação do Cardeal Peter Turkson, Prefeito do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, do Cardeal Michael Czerny, Subsecretário do mesmo Dicastério; Marcelo Sánchez Sorondo, Chanceler da Pontifícia Academia de Ciências Sociais, e uma delegação de membros do Vaticano – foi discutido o impacto da pandemia e os dilemas que a humanidade enfrenta hoje a partir da perspectiva dos movimentos populares.

Gloria Morales, trabalhadora norte-americana, foi responsável por abrir e dinamizar o “espaço de grande importância, para dialogar juntos sobre soluções para os dilemas da humanidade, diante da falta de terra, moradia e trabalho, para construir um novo mundo”. O resultado deste debate será compilado num documento a ser entregue ao Papa Francisco na segunda quinzena de Setembro.

O Cardeal Peter Turkson, recordando os três encontros anteriores, sublinhou a necessidade de liderar os processos de mudança e de responder aos problemas globais com o protagonismo dos movimentos populares.

“Esta reunião é uma fonte para os protagonistas da mudança, para aqueles que estão em contacto direto com aqueles que sofrem injustiças e desigualdades. As pessoas pobres convidam-nos a resolver os problemas da desigualdade que começam por cada um de nós. A conversão integral de cada pessoa, a luta comunitária contra a injustiça, mudará as estruturas da sociedade", afirmou.

Já Charo Castelló, do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (WMCW-HOAC Espanha), enfatizou a necessidade de um "olhar crítico" que permita a continuação da defesa da terra, da moradia e de um trabalho digno.

Por sua vez, Sonia Fadrigo, da Slum Dwellers International (SDI-Filipinas), interveio para apresentar alguns dos desafios essenciais para os trabalhadores mais pobres, tais como “o acesso a serviços básicos, como moradia, água, saneamento, o impacto da mudançaa climática e agora a pandemia da COVID-19”, que estão a ser respondidos com uma atitude comprometida, de solidariedade e cuidado “entre os participantes”. 

De Portugal, participaram também no encontro online Fátima Almeida, co-presidente do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos, Olinda Marques, Presidente do MTCE e Albertina Gomes, secretária da LOC/MTC.

A reunião terminou com uma música de Rose Molokoane, “Juntos, nós conseguimos”. Na segunda parte do encontro, um vídeo das acções dos movimentos populares durante os momentos mais difíceis da pandemia também será partilhado. Espera-se que o Papa Francisco consiga participar nessa sessão.