Arquidiocese de Braga -
13 julho 2021
Comissão Justiça e Paz pede que se combatam as causas da pobreza em vez de apenas os sintomas
DACS
O organismo afirma que é preciso fomentar o crescimento económico e a igualdade de oportunidades.
A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) alerta que é preciso combater as “causas da pobreza” e não apenas os sintomas e coloca a “urgência da reconstrução do tecido económico e social” como um “verdadeiro desígnio nacional prioritário”.
O organismo da Igreja Católica, composto por leigos, afirma que é preciso fomentar o crescimento económico e a igualdade de oportunidades “através da educação e dos serviços de saúde acessíveis a todos”, assim como se devem implementar “políticas de redistribuição dos rendimentos para além do mercado”.
Para a Comissão, os apoios ao rendimento devem ser complementados “com programas sociais (de formação profissional, apoio ao empreendorismo, etc.) que sirvam de «trampolim» para superar a pobreza persistente através de empregos justamente remunerados” e os resultados dos programas devem ser avaliados “correctamente”, medindo “não apenas o número de pessoas apoiadas, mas antes o número de pessoas que com eles melhoraram as suas condições de vida”.
A CNJP indica que não é possível ao Estado, sociedade civil e às comunidades cristãs confiar “que para o combate à pobreza será suficiente a simples distribuição de fundos europeus, sem exigências da sua boa aplicação e sem esforços partilhados por todos”, apontando para as experiências do passado recente em Portugal.
A Comissão Justiça e Paz realça um estudo de investigadores da Universidade Católica sobre o impacto da pandemia na pobreza e desigualdade em Portugal, segundo o qual 400 mil pessoas passaram a ser consideradas pobres e a desigualdade aumentou em cerca de 9%, e nota que Portugal está entre os cinco países da União Europeia com maior risco de pobreza entre os trabalhadores.
É isso que faz o organismo dizer que a “urgência da reconstrução do tecido económico e social”, junto com as “oportunidades trazidas pelos Plano de Recuperação e Resiliência”, criam uma ocasião para “combater a pobreza, a antiga e a nova, que não pode ser desperdiçada”, e que este é um “verdadeiro desígnio nacional prioritário a que todos somos chamados”.
O Ecofin, que reúne os ministros das finanças dos países da União Europeia aprovou esta terça-feira o plano de recuperação e resiliência de Portugal, em conjunto com os planos de outros 11 países, o que significa que nas próximas semanas o país receberá a primeira tranche do total de 16,6 mil milhões de euros alocado a Portugal no pacote europeu de recuperação NextGenerationEU.
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