Arquidiocese de Braga -

Quando está bom tempo, é comum encontrar Grace Mallgraf no quintal, com o pai, a praticar o seu swing. Mas o golfe não é o único jogo de eleição de Grace. Também é possível vê-la a jogar voleibol com a sua irmã gémea Abby.

E quando Grace quer dar um descanso aos pulsos, treina os dedos no teclado e toca com todo o seu coração. Tudo isto é música para os ouvidos da sua mãe.

"É um milagre!”, diz Lisa, a mãe.

É que o coração de Grace quase a impedia de fazer todas as coisas que ela adora.

“Fiz quatro cirurgias de peito aberto”, explica Grace.

Foram quatro cirurgias de “peito aberto” antes sequer de Grace ter completado três anos de idade! Grace nasceu com HLHS, ou Síndrome do Ventrículo Esquerdo Hipoplásico, um má formação congénita que afecta o fluxo sanguíneo.

Grace não se lembra de nada disto, mas o coração da mãe quase pareceu falhar também quando descobriu que a sua recém-nascida precisaria de cirurgias.

“Era assustador, não sabíamos o que iria acontecer a seguir”, diz Lisa. “Tempos houve em que não tínhamos certeza de como ela seria aos 12 anos.”

Mas Lisa confiava no cirurgião do Morgan Stanley Children’s Hospital.

“Ele deu-nos algumas explicações, olhou-nos nos olhos e disse: «vou consertar o coração da vossa bebé»”, explicou a mãe.

Na verdade, foi a sua fé em Deus que foi posta à prova.

“Houve um tempo em que questionei a minha fé e perguntei porquê, mas ao longo dos anos aprendi que não podemos fazer isso, temos é que ter fé em Deus”, afirma.

A família Mallgraf mantém a fé como paroquianos em Santo Antônio de Pádua, em East Northport.

“A igreja era uma grande parte disso. Acho que é quase como uma terapia. Às vezes, quando é difícil, limito-me a ir e a concentrar-me em ser grata pelo que tenho. Não gosto de pedir mais, mas às vezes acabo por fazê-lo”, desabafa Lisa.

Grace é regularmente vista por cardiologistas e há sempre a possibilidade de precisar de um transplante de coração no futuro. Mas isso não a desanima.

"Eu sinto-me bem. Como uma criança normal”, diz Grace.

No entanto, se perguntarmos a qualquer pessoa que a conheça, ninguém dirá que é normal, mas sim incrível: “Amazing Grace”, que é também o nome da sua equipa na caminhada cardíaca congénita anual. Grace trabalha muito para angariar dinheiro porque o seu coração está no lugar certo.

“Para que possamos ajudar outras crianças e pessoas como eu, que têm problemas cardíacos”, explicou.

Grace é uma guerreira do coração e, para a mãe, é uma super-heroína que leva a família a retribuir a outras pessoas que enfrentam os mesmos desafios.

“Estamos muito envolvidos nisto e tentamos angariar o máximo que podemos, porque a investigação científica levou-nos até onde estamos. Se nos pode levar mais longe, também pode levar outra criança a este ponto, por isso tudo vale a pena”, conclui Lisa.

Artigo de Currents News, publicado a 19 de Maio de 2021.