Arquidiocese de Braga -
27 abril 2021
Trinta anos depois de se inscreverem, dois irmãos encontram-se devido ao Registo de Adopção de Nova Iorque
DACS com Currents News
Monica e John estiveram mais de 50 anos longe um do outro, mas a fé nunca os deixou perder a esperança.
Os irmãos Monica Schuss e John Tomanelli cozinham constantemente. É uma das muitas coisas que adoram fazer juntos. Como não têm receitas de família, então estão a criar as suas próprias tradições familiares. Depois de terem sido adoptados em crianças, encontraram-se depois de um período que pareceu uma vida inteira.
“Ele tem 53 anos e eu 60. Conhecemo-nos apenas há dois anos, é muito tempo para pôr em dia”, disse Monica.
Monica é sete anos mais velha que o seu irmão John, um irmão que não sabia ter enquanto filha única e adoptiva em Richmond Hill, Queens.
“Nunca tive uma certidão de nascimento. Foi incrivelmente difícil encontrar qualquer coisa relacionada comigo, especialmente naquela época. Não havia onde procurar”, explicou.
John cresceu mais a leste, em Long Island.
“Cresci um bocado tímido, com muita ansiedade, e o meu mundo era muito pequeno. Vivia com muita cautela porque estava «sozinho»”, afirmou o irmão.
Ambos viviam com um vazio, um ingrediente que faltava. Quando cresceram, registaram-se no Registo de Adopção do Estado de Nova Iorque. John registou-se em 1991 e Monica em 1998. Passaram-se décadas sem nenhuma palavra. Ambos casaram e tiveram filhos, mas a tendência de imaginar um irmão em qualquer parte do mundo nunca desapareceu.
Em Março de 2019, receberam cartas com o nome e morada um do outro. Monica apressou-se a encontrar o seu irmão há muito perdido nas redes sociais.
“Escrevi «Olá, John, recebeste a carta?». Foi tudo o que escrevi porque imaginei que, se fosse ele, saberia logo a que é que eu me referia”, explicou.
Os irmãos conheceram-se e sentiram-se instantaneamente completos.
“Abraçámo-nos e não nos queríamos soltar, foi incrível. Nem nos conhecíamos, mas sentimos logo aquele sentimento caloroso de amor de quem se conhece”, disse Monica.
Durante muitos anos, Monica e John mantiveram-se firmes na fé, mesmo quando sentiam que não tinham mais nada.
“Por ter sido uma boa pessoa e ter sido sempre boa para os outros, por ter feito a coisa certa e ter vivido da forma certa, sempre acreditei que este foi o milagre que recebi de volta”, disse Monica.
John também colocou a sua fé em ação.
“Pedi a Deus para me colocar apenas onde deveria estar. Se eu fizesse as coisas certas, um dia seria recompensado. E esta foi a minha recompensa: conhecer Monica”, disse John.
No início da pandemia, sabiam que não se podiam separar. John foi morar com Monica, os seus filhos e animais de estimação.
À medida que a família se fundia, foram percebendo que o que aconteceu não foi arbitrário, havia demasiados sinais.
“O primeiro dia em que falamos era o aniversário da nossa mãe. Foi também o dia em que a nossa tia biológica reconheceu que era nossa tia. Partilhamos o dia de aniversário, assim como a minha filha. O aniversário do filho de Monica é um dia depois dos nossos. As nossas mães adoptivas faleceram no mesmo ano”, relatou John.
Durante muito tempo, John e Monica rezaram para que se encontrassem. Agora, o desejo dos irmãos é ajudar outras pessoas como eles.
“Se não desistirem e mantiverem a fé, serão abençoados. Aconteceu connosco e pode acontecer com outras pessoas também. Queremos ajudar os outros a sentirem o que sentimos”, disse Monica.
Agora, não há mais perguntas: John e Monica têm-se um ao outro e essa é a única prova de que precisavam.
Artigo original de Currents News, publicado a 21 de Abril de 2021.
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