Arquidiocese de Braga -

O Papa emérito Bento XVI rejeita o que apelida de “teorias da conspiração” sobre a sua renúncia ao pontificado em Fevereiro de 2013, admitindo que nem todos aceitaram a escolha que fez.

Em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, o Papa emérito admite que foi “uma decisão difícil”, porém tomada “em plena consciência”, acrescentando: “e creio que fiz bem. Alguns dos meus amigos algo ‘fanáticos’ ainda estão zangados, não quiseram aceitar a minha escolha.”

Oito anos após o final do pontificado que começou em 2005, Bento XVI reitera que “não há dois Papas, o Papa é só um” e sublinha que a decisão que tomou foi ponderada.

O Papa emérito lamenta ainda que, após a sua renúncia, tenham surgido “teorias da conspiração”. “Houve quem tivesse dito que foi por culpa do escândalo do ‘Vatileaks’, por causa de um complô do ‘lobby gay’, por causa do caso com o teólogo conservador lefebriano Richard Williamson. Não querem acreditar numa opção tomada conscientemente. Mas a minha consciência está no seu lugar”, realçou.

O pontificado de Bento XVI encerrou-se na noite de 28 de Fevereiro de 2013. P Papa emérito mantém desde então uma vida reservada no antigo Mosteiro ‘Mater Eclesiae’, do Vaticano, de onde saiu para despedir-se, a 18 de Junho de 2020, do seu irmão mais velho, que viria a falecer duas semanas depois.

O sucessor de São João Paulo II anunciou a sua renúncia ao pontificado a 11 de Fevereiro de 2013, uma decisão que surpreendeu na altura os cardeais reunidos para um consistório público ordinário, destinado a definir datas de canonização. Até então a última renúncia ao pontificado tinha acontecido em 1415, com a resignação do Papa Gregório XII – induzida pelo Concílio de Constância.

Bento XVI completa 94 anos de idade a 16 de Abril e já recebeu a vacina contra a covid-19 no dia 14 de Janeiro. De acordo com o prefeito da Casa Pontifícia, o arcebispo alemão D. Georg Gaenswein, Bento XVI está fisicamente frágil, mas lúcido.

Papa emérito sublinha importância da viagem de Francisco ao Iraque

O Papa emérito comentou ainda a próxima visita de Francisco ao Iraque, de 5 a 8 de Março, falando numa viagem “muito importante”.

“Infelizmente, acontece num momento muito difícil que a torna também numa viagem perigosa: por razões de segurança e pela covid. Depois há a situação iraquiana, instável. Acompanharei Francisco com a minha oração”, referiu.