Arquidiocese de Braga -
19 fevereiro 2021
Cruz Vermelha amplia ajuda humanitária em Moçambique
DACS
Os programas de formação sobre Direito Internacional Humanitário para portadores de armas vão também ser reforçados.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) vai ampliar a ajuda humanitária em Moçambique. Para além da reabilitação de infraestruturas de saúde pública, a Cruz Vermelha irá apoiar nos tratamentos e nas necessidades domésticas.
Numa visita do CICV a Moçambique, foi estabelecido que em 2021 esta organização vai reabilitar “nove Centros de Saúde Primários em Pemba, bem como apoiar hospitais também em Pemba e Montepuez, especializados no tratamento de lesões traumáticas”. Além disso, o CICV continuará a apoiar o centro de tratamento covid-19 ‘Décimo Congresso’, reabilitado com doações de material de saúde e higiene.
Segundo a avaliação realizada no terreno por especialistas da CICV, 39 das 55 unidades de saúde em 9 distritos afectados pelo conflito não estão operacionais e 686 profissionais de saúde abandonaram o seu posto de trabalho. No final de Maio de 2020, depois de um ataque à cidade de Macomia, quase toda a população fugiu para o campo. Os equipamentos estruturais, nomeadamente a maternidade, única na cidade e que havia sido reabilitada pelo CICV após o ciclone Kenneth, em 2019, foram destruídos.
De acordo com a Cruz Vermelha Portuguesa, ficou também prevista a doação de equipamentos domésticos essenciais, “sementes, ferramentas e kits de pesca para ajudar as comunidades a reconstruir as suas vidas”.
A Cruz Vermelha vai ainda procurar “auxiliar as comunidades deslocadas e anfitriãs na procura dos seus entes queridos ou restabelecer contacto com os mesmos” e ainda apoiar iniciativas “que contemplem condições adequadas de detenção e tratamento dos detidos”.
Os programas de formação sobre Direito Internacional Humanitário para portadores de armas vão também ser reforçados.
De acordo com Peter Mauer, presidente do CICV, o povo moçambicano enfrenta “uma tripla crise humanitária com ameaças devido às alterações climáticas, à pandemia da Covid-19 e ao conflito armado”. “Continuamos ao lado de Moçambique nestes tempos difíceis e iremos aumentar o nosso apoio”, destacou o responsável.
A visita juntou Mauer a Filipe Nyusi, presidente da República de Moçambique, e foi uma ocasião para “debater a ajuda e resposta à crise humanitária na província de Cabo Delgado, no norte do país”.
Partilhar