Arquidiocese de Braga -

4 janeiro 2021

Bispos pedem proximidade em guia de 53 pontos para os desafios pastorais da pandemia

Fotografia Notícias de Fátima

DACS com Agência Ecclesia

O documento deixa orientações para anunciar a mensagem cristã de forma renovada.

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A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) sublinhou, no primeiro dia do ano, a necessidade de uma cultura de proximidade e de novas vizinhanças, com maior participação das famílias, dos jovens e no mundo digital.

A reflexão dos bispos portugueses destaca que a suspensão das celebrações comunitárias, em Março de 2020, desafiou a “descortinar um outro modo de ser Igreja, feito não só de liturgia e de oração, mas de vida quotidiana”, convidando todos a “redescobrir a oração doméstica, promover uma autêntica espiritualidade familiar e levar a sério a liturgia da Palavra no lar”.

A CEP desafia as comunidades católicas a avaliar os seus “dinamismos de integração, criatividade e generatividade”, deixando orientações para “construir a fraternidade universal” e “comunicar nos ambientes digitais”, para anunciar a mensagem cristã de forma renovada.

“O Papa Francisco tem-se revelado um especialista nesta arte de pensar o Evangelho dentro da cultura e das grandes questões da humanidade: a crise ecológica e climática, o problema dos refugiados e da pobreza, a educação, a economia”, dizem os bispos, que consideram que muitos cristãos ainda são “analfabetos do Evangelho” e ignoram a “gramática” utilizada na Igreja, desde os seus documentos ao que “realmente se celebra na liturgia”.

“A liturgia pode e deve ser evangelizadora, desempenhando um papel de iniciação para muitos que, sem formação, participam nas celebrações em momentos especiais da existência humana”, realça o texto.

Comunidades desafiadas a “preparar os planos pastorais a partir das periferias”

O documento, aprovado a 13 de Novembro de 2020, vem no seguimento do documento “Recomeçar e Reconstruir – Reflexão da CEP sobre a sociedade portuguesa a reconstruir depois da pandemia Covid-19”.

A CEP desafia as comunidades católicas a “pensar a pastoral a partir dos últimos” e “preparar os planos pastorais a partir das periferias”, para envolver todos os serviços paroquiais “num plano integrador, mais que assistencial”.

A reflexão assume “novos desafios de serviço e missão”, considerando que a pandemia “mostrou a importância dos grupos de acolhimento na Eucaristia” e a necessidade de recuperar o tradicional serviço dos “ostiários”, “acolhendo e saudando as pessoas em nome da comunidade, dando indicações e encaminhando-as para o respetivo lugar nos espaços celebrativos”.

“Passar de uma pastoral de manutenção a uma pastoral missionária é uma conversão que vai durar o seu tempo. Não pode haver pressa, mas é necessário planear, definir objetivos e percursos para lá chegar”, sustenta o organismo episcopal, que sublinha a importância da participação das novas gerações para uma “renovação e conversão pastoral”.