Arquidiocese de Braga -
21 janeiro 2020
Francisco defende importância da ética na economia em carta a Davos
DACS com Agência Ecclesia
Mensagem para o Fórum Económico Mundial de 2020 sublinha a necessidade de centrar as políticas internacionais nas pessoas.
O Papa endereçou ao Fórum Económico Mundial uma mensagem em que defende a superação de “abordagens tecnológicas ou económicas de curto prazo” e pede que se valorize a “dimensão ética” na definição de políticas internacionais. O evento tem início hoje, na cidade suíça de Davos.
No texto, Francisco lembra que “somos todos membros de uma família humana. A obrigação moral de cuidarmos uns dos outros decorre desse facto, assim como do princípio relacionado de colocar a pessoa humana, e não a mera busca de poder ou lucro, no centro das políticas públicas”.
Comentando o tema escolhido para 2020, ‘Agentes para um mundo coeso e sustentável’, o Papa apela a um “maior compromisso”, a todos os níveis, perante os desafios enfrentados pela humanidade.
“Nas últimas cinco décadas testemunhamos transformações geopolíticas e mudanças significativas, da economia e do mercado de trabalho à tecnologia digital e ao meio ambiente”, afirma o sumo pontífice, acrescentando que algumas dessas mudanças tiveram “efeitos adversos e criaram lacunas de desenvolvimento significativas”.
Francisco assinala o 50.º aniversário da cimeira de Davos como uma “oportunidade de compromisso” para diversos protagonistas, na tentativa de “construir um mundo melhor”, através do encontro de “vontades políticas” e da cooperação recíproca.
A mensagem alerta para tentações de isolamento, individualismo e de “colonização ideológica”, contestando as “visões materialistas ou utilitárias” que levam a “práticas e estruturas motivadas em grande parte, ou mesmo unicamente, pelo interesse próprio”.
“Um desenvolvimento humano verdadeiramente integral só pode florescer quando todos os membros da família humana estão incluídos e contribuem para, buscando o bem comum”, sustenta o pontífice.
O texto evoca a “ecologia integral” proposta na encíclica “Laudato Si” com a intenção de procurar “o desenvolvimento integral de todos”, incluindo as gerações futuras.
“Que as vossas deliberações levem a um crescimento de solidariedade, especialmente com os mais necessitados, que experimentam a injustiça social e económica e cuja própria existência está ameaçada”, conclui.
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