Arquidiocese de Braga -

5 setembro 2019

Os novos cardeais da Igreja Católica

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DACS

Fique a conhecer um pouco de cada um dos novos cardeais.

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Depois de estar preso num elevador durante quase meia-hora, o Papa Francisco anunciou no passado Domingo, no Vaticano, a criação de 13 novos cardeais – 10 deles com menos de 80 anos e, por isso, eleitores – no Consistório Público Ordinário do próximo dia 5 de Outubro. 

Miguel Ángel Ayuso Guixot

É actualmente presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso e da Comissão Pontifícia para as Relações Religiosas com os Muçulmanos. Licenciado em estudos àrabes e islâmicos, já liderou discussões inter-religiosas no Egipto, Sudão, Quénia, Etiópia e Moçambique e foi nomeado pelo Papa Bento XVI como auditor especial do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente, que teve lugar em 2010. Foi ordenado bispo pelo Papa Francisco, na Basílica de São Pedro, a 19 de Março de 2016. É membro dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus. É espanhol e tem 63 anos.

José Tolentino Mendonça

É actualmente Arquivista dos Arquivos Secretos do Vaticano e Bibliotecário da Biblioteca Apostólica Vaticana, funções para o qual foi nomeado em Junho de 2018, ao mesmo tempo que foi nomeado arcebispo titular de Suava depois de orientar nesse ano, em Roma, o retiro de Quaresma do Papa e dos membros da Cúria Romana. Até aí foi professor e vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, assim como director da Faculdade de Teologia. Foi nomeado para dois mandatos como consultor do Conselho Pontifício da Cultura e tem várias obras de poesia publicadas, algumas delas premiadas. É português e tem 53 anos.

Ignatius Suharyo Hardjoatmodjo

É arcebispo de Jacarta. Foi director da faculdade de filosofia e sociologia em Santa Dharma durante 10 anos e reitor da faculdade de teologia entre 1993 e 1997. Foi nomeado arcebispo de Semarang pelo Papa João Paulo II e arcebispo coadjutor de Jacarta pelo Papa Bento XVI. Em 2014 foi nomeado pelo Papa Francisco como membro da Congregação para a Evangelização dos Povos. É indonésio e tem 69 anos.

Juan García Rodríguez

É arcebispo de Havana, tendo sido bispo auxiliar de Camagüey entre 1997 e 2002 e arcebispo dessa diocese entre 2002 e 2016. Faz parte do primeiro grupo de padres cubanos a serem educados inteiramente em Cuba e desenvolveu programas de envangelização nos quais os avós, ainda com memória da sua educação católica em criança, ensinaram os princípios do catolicismo aos seus netos. Foi nomeado membro do Pontíficio Concelho Justiça e Paz. É cubano e tem 71 anos.

Fridolin Ambongo Besungu

É arcebispo de Kinshasa, já tendo sido bispo de Bokungu-Ikela entre 2004 e 2016 e administrador apostólico por três vezes. Denunciou as tentativas do presidente congolês de adiar as eleições e defendeu os católicos que organizaram manifestações pró-democracia que receberam uma reacção violenta das forças policiais. Opôs-se também à candidatura de Kabila para outro mandato como presidente e liderou uma missão de bispos à Zâmbia para pedir o apoio do presidente daquele país para eleições pacíficas na República Democrática do Congo. Ambongo também condena a exploração de recursos naturais e acredita que as energias renováveis vão ajudar a aliviar o impacto das alterações climáticas no mundo. É membro da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Tem 59 anos.

Jean-Claude Höllerich

É arcebispo do Luxemburgo desde 2011, presidente da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia e também da Comissão para a Juventude da Europa para o Conselho das Conferências Episcopais. Jesuíta, estudou língua e cultura japonesas e foi professor de estudos alemães, franceses e europeus e vice-reitor de Assuntos Gerais e Estudantis da Universidade Sophia, em Tóquio. Foi presidente da Conferência das Comissões Episcopais Europeias de Justiça e Paz de 2014 e 2018 e nomeado pelo Papa Francisco para o Sínodo dos Bispos sobre Juventude, Fé e Discernimento Vocacional. Tem 61 anos.

Álvaro Leonel Ramazzini Imeri

É bispo da diocese de Huehuetenango, na Guatemala, já tendo sido bispo da diocese de San Marcos. Envolveu-se em questões de justiça social, especialmente na área de protecção dos direitos dos povos indígenas, opondo-se a multinacionais que exploram a riqueza mineral da Guatemala e destroem os campos. Foi eleito presidente da Conferência Episcopal da Guatemala em 2006. Tem 72 anos.

Matteo Maria Zuppi

É arcebispo de Bolonha desde 2015 e doutorado pela Universidade de Roma “La Sapienza”, escrevendo uma tese sobre a história do cristianismo. Trabalhou com a Comunidade de Santo Egídio, uma associação de leigos dedicada ao ecumenismo, e participou nas negociações que levaram ao fim da guerra civil em Moçambique, tendo recebido a distinção de cidadão honorário do país. Foi bispo auxiliar da Diocese de Roma, tendo liderado esforços para melhorar os cuidados para os pobres e idosos e desenvolvido programas sociais para a comunidade cigana e para toxicodependentes. Em 2018 apoiou uma “nova atitude pastoral” para com os católicos LGBT para os ajudar a sentir-se “mais em casa naquela que é, afinal, a Igreja deles”. Tem 63 anos.

Cristóbal López Romero

É arcebispo de Rabat, em Marrocos, desde 2018, assim como administrador apostólico da Arquidiocese de Tânger desde Maio deste ano. É membro da Congregação Salesiana. Licenciou-se em Ciências da Informação, especializado em Jornalismo. Antes de ser nomeado bispo dedicou-se ao trabalho pastoral na América Latina, assumindo também várias posições administrativas dentro da sua congregação, principalmente no Paraguai. É espanhol e tem 67 anos.

Michael Czerny

É o único nome da lista deste Consistório que não é bispo e é subsecretário da Secção de Migrantes e Refugiados do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral. Jesuíta, nasceu na Checoslováquia mas naturalizou-se canadiano, país onde cresceu e foi ordenado. Fundou o Fórum Jesuíta para a Fé Social e Justiça em Toronto e a Rede Jesuíta Africana para a SIDA e foi consultor do cardeal Peter Turkson no Pontifício Conselho Justiça e Paz. Foi nomeado pelo Papa Francisco como membro votante do Sínodo dos Bispos sobre Juventude, Fé e Discernimento Vocacional. Tem 73 anos.

Michael Louis Fitzgerald

É núncio apostólico emérito do Egipto e presidente emérito do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, no qual foi secretário por 15 anos e presidente por outros quatro. Foi delegado na Liga Árabe. Membro dos Missionários de África, é um dos maiores especialistas no Islão, nas relações entre cristãos e muçulmanos e em diálogo inter-religioso na Igreja. Estudou na Tunísia enquanto jovem, aprendendo árabe, e foi professor no Uganda, assim como no Instituto Pontífico de Estudos Árabes e Islâmicos, ensinando o Islão a alunos muçulmanos e cristãos. Foi também pároco no Sudão. É britânico e tem 82 anos.

Sigitas Tamkevicius

Arcebispo emérito de Kaunas, ingressou na Companhia de Jesus em 1968, altura em que tal era ilegal perante a lei soviética. Enquanto foi vigário na paróquia de Simnas começou a publicação clandestina da Crónica da Igreja Católica na Lituânia, publicando no Ocidente os factos da descriminação religiosa na Lituânia soviética. Foi perseguido pelo KGB e preso em 1983, sendo condenado a 10 anos de prisão e exílio por propaganda anti-soviética. Foi exilado na Sibéria em 1988 mas libertado em consequência da perestroika. Foi arcebispo de Kaunas entre 1996 e 2015. Tem 80 anos.

Eugenio Dal Corso

Bispo-emérito de Benguela, em Angola, foi coadjutor e bispo de Saurimo entre 1996 e 2008 e bispo de Benguela entre 2008 e 2018. Membro dos Pobres Servos da Divina Providência, foi missionário na Argentina e Angola entre 1976 e 1996. Antes disso foi professor de teologia em Roma e pastor em várias comunidades italianas. É italiano e tem 80 anos.



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