Arquidiocese de Braga -

13 maio 2019

Fátima. Cardeal de Manila critica cultura que "prefere a protecção das armas e do poder"

Fotografia Agência ECCLESIA/PR

Agência ECCLESIA

Na homilia da Missa da Vigília do dia 12 de Maio, em Fátima, D. Luis Antonio Tagle frisou que hoje a voz de Jesus é muitas vezes “desperdiçada e ignorada”.

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O arcebispo das Filipinas destacou a urgência de reencontrar a voz de Cristo, num tempo marcado por outras ideologias e alternativas que "mais facilmente seduzem" mas também mais rapidamente "abandonam" as pessoas.

Na homilia da Missa da Vigília do dia 12 de Maio, em Fátima, D. Luis Antonio Tagle frisou que hoje a voz de Jesus é muitas vezes “desperdiçada e ignorada”, quando só ela indica o caminho “para a plenitude da vida”.

“Na nossa vida de todos os dias, estamos seduzidos por outros pastores humanos, em cujas palavras mais facilmente acreditamos do que nas de Jesus. Preferimos a protecção da riqueza, das armas, do poder e da glória terrestre”, apontou o cardeal filipino, que preside às celebrações da peregrinação internacional de Maio, na Cova da Iria.

O responsável católico criticou durante a vigília desta noite, perante centenas de milhares de fiéis que acorreram ao recinto do Santuário de Fátima, uma cultura que privilegia o material e o efémero em vez do que perdura, do que é “eterno”.

“Estamos familiarizados com as vozes de pastores terrenos, de cantores, de estrelas de cinema, de publicitários, de políticos (…) Depositamos a nossa confiança nos pastores deste mundo, na sua protecção, mas muitos destes pastores abandonam-nos quando os seus interesses pessoais e as suas vidas são postos em causa”, alertou.

Para o arcebispo de Manila, é urgente mudar o paradigma de uma vida regida por “estilos e tendências da moda”, que prometem uma vida fácil e cómoda, porém vazia de conteúdos e objectivos humanos.

“Jesus não nos guia apenas para encontrar comida ou para encontrar abrigo, mas para a vida”, frisou o também presidente da Cáritas Internacional, que deixou um repto a todos os peregrinos.

“Escutemos Jesus, olhemo-Lo, amemo-Lo e sigamo-Lo para a vida eterna. A vida eterna não está apenas no futuro. Já no presente, sempre que ouvimos a palavra de Deus, que rezamos e participamos na Eucaristia e servimos os outros, entramos na vida eterna. Quando vemos e seguimos Jesus no pobre e no que sofre, estamos a viver a experiência da vida eterna”, completou D. Luis Antonio Tagle.

Este ano a peregrinação internacional aniversária de Maio tem como tema "Dar graças por peregrinar em Igreja" e desafia os católicos a nunca perderem esta consciência de que são a comunidade dos filhos de Deus.