Arquidiocese de Braga -

19 julho 2018

Carta Pastoral sobre o Desporto também é solidária

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DACS | Fotografias: Avelino Lima / DM

Arcebispo Primaz anunciou que receitas da Carta "Desporto: Escola e Missão de Humanidade" revertem para instituições que acompanham pessoas com deficiência.

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Foi hoje apresentada a Carta Pastoral "Desporto: Escola e Missão de Humanidade", da autoria do Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga. No Espaço Vita, onde decorreu a apresentação, estiveram presentes vários dirigentes e representantes da área desportiva.

Sameiro Araújo, Vereadora do Desporto da Câmara Municipal de Braga, Manuel Machado, Presidente da Associação de Futebol de Braga, Vítor Dias, Director Regional do Instituto Português do Desporto e Juventude, António Salvador, Presidente do Sporting Clube de Braga, Júlio Mendes, Presidente do Vitória Sport Clube, Armando Silva, Presidente do Clube Desportivo das Aves, e Joaquim Almeida, Vice-Presidente do Moreirense Futebol Clube estiveram presentes e parabenizaram o Arcebispo pela iniciativa no ano em que Braga é Cidade Europeia do Desporto.

D. Jorge Ortiga começou por sublinhar o título do documento, que aponta para aquilo que o desporto deve ser: "escola e missão de humanidade". "O desporto é um terreno de encontro com nós mesmos, com os outros e com o Outro", explicou.

O prelado lembrou valores como o fair play, a camaradagem, a união e a partilha como essenciais à área e insistiu numa ética do desporto, particularmente em quatro dos seus intervenientes: dirigentes, atletas, claques e comunicação social. Pediu uma prática desportiva inclusiva, pautada por valores éticos e morais e que seja capaz de fomentar a arte.

A caridade foi outra das vertentes amplamente discutidas durante a apresentação. No final, o Arcebispo anunciou que as receitas da Carta Pastoral — à venda nos Serviços Centrais e Livraria Diário do Minho — irão reverter para três instituições que acompanham pessoas com deficiência: a CERCI Braga, a APPACDM e o Instituto Novais e Sousa. Os dirigentes presentes comprometeram-se a adquirir vários exemplares da Carta Pastoral para distribuirem pelos seus atletas, sobretudo os das camadas mais jovens.

 

Dirigentes não querem competição precoce

Aberto o espaço para debate e questões, o primeiro a tomar a palavra foi Manuel Machado, Presidente da Associação de Futebol de Braga, que lamentou o espírito de competição desvirtuado e precoce por parte de algumas famílias dos atletas.

"Este é de facto um documento muito importante. A Igreja somos todos nós e ela não se pode dissociar do desporto, neste caso do futebol. Há uma coisa que deveria constar nesta Carta, as famílias. (...) Estão aqui vários dirigentes desportivos e todos formamos crianças, traquinas, petizes, juvenis, infantis... E aqui entram
também as famílias, esta Carta não as pode excluir porque elas têm que entender o desporto como o D. Jorge acabou de referir. Muitas vezes complicam a vida a treinadores e dirigentes porque entendem que o filho de «A» é melhor do que «B»", explicou, numa clara alusão a um espírito pouco saudável de competição que começa em graúdos e acaba por ser vertido nos mais pequenos.

O argumento foi corroborado pelos outros representantes, que afirmaram que mais do que formar atletas ou estrelas, estão a formar seres humanos.