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XIX Domingo Do Tempo Comum

A CONFIANÇA

Perante as dificuldades do dia-a-dia…
as desavenças diárias que surgem entre irmãos…
um jovem que inexplicavelmente, desaparece do nosso convívio diário…
a dor que se apodera de algum órgão do nosso corpo…
a falta de carinho de alguém que estimamos muito…
o abandono da nossa família direta… as contradições da nossa vontade…
os obstáculos que surgem do meio do nada…
o ar que, teimosamente, parece ficar escasso…
todos os nossos medos mais remotos
que pairam sobre a nossa mente e cansam o nosso coração…
eis que surge uma brisa terna e suave, que afaga o rosto de cada um de nós!

E… depois da “tempestade vem a bonança”…
o mar fica mais calmo, o fogo é controlado, o vento já não faz remoinho e a terra permanece firme e segura!

Este cenário é visível a olhos nus, por todos aqueles que vivem como Maria, Nossa Mãe, viveu:
de mãos viradas para o alto e sempre disposta a acatar os sinais do Senhor Misericordioso e Fiel.
Nossa Senhora não entendia os acontecimentos da Sua vida, mas permanecia em Silêncio, em oração e
em reflexão constante por cada gesto seu e, pela flor que cada momento Seu despontara…
Grandes abalos apoderaram-se do Seu peito, da Sua Alma e do Seu coração,
mas nunca duvidou… nunca se revoltou… nunca se questionou sobre os acontecimentos!
Hoje, no XIX domingo do Tempo Comum, do Ano A,
é a doce presença de Maria, a sua humilde e singela maneira de atuar, no coração de cada um de nós,
que nos faz escutar a Boa Nova: «Tende confiança. Sou Eu. Não temais»
e aceitar a vontade de Deus, nosso Pai.

Quando a tristeza nos avassala a VIDA, o nosso melhor refúgio é a nossa FÉ!
Aquele que confia em Deus sem reservas e sem questões tem uma alegria contagiante.
Não será essa a nossa meta? Saciar essa vontade insaciável de ser feliz?
Porque será que a humanidade precisa de saber voar… de saber caminhar sobre as águas…
de saber como será o amanhã… de saber quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?
Esta nossa forma sôfrega de lutar por respostas, só desponta uma questão:
QUEM É DEUS NA NOSSA VIDA?

Caímos por terra desesperados e infernizados pelo nosso próprio ser…
Não sabemos aguardar pela doce brisa que nos traz o alento!
Aquele ventinho que o Mestre tanto fala, capaz de derrubar o medo das intempéries que possam chegar…
Então, gritamos: «”Salva-me, Senhor!”. Jesus estendeu-lhe logo a mão e segurou-o.»
Respondemos, ainda com água no rosto: «Tu és verdadeiramente o Filho de Deus» e alcançamos a Paz!

Tudo seria bom se fôssemos capazes de confiar, plenamente. É árduo, muito árduo e todos o sabemos…
Por isso, CONFIAR, não é sinónimo de sentar à sombra da árvore e esperar que esta nos abrigue.
É preciso plantar, alegremente, a semente, cuidar da terra e aguardar que a árvore cresça!
Acolher no nosso coração a Palavra e aguardar que esta se transforme em Pão Vivo e Bom…

Deus está TÃO vivo em nós… não podemos viver neste conflito diário de “não confiar”!
Hoje, temos de nos atirar ao mar com a plena confiança de que sairemos refrescados e, totalmente secos…
Vamos caminhar sobre o mar?