Arquidiocese de Braga -
23 maio 2017
Navegar com a Bússola do Coração
É o título do novo livro de Carminda de Sousa Marques apresentado pelo Cónego António Rego, esta sexta-feira, 26 de Maio, às 17h45, na Basílica dos Congregados.
PREFÁCIO
por António Rego
Navegar com a bússola do coração
O que será melhor: ler um livro duma pessoa que se conhece, ou conhecer uma pessoa através dum livro? Aqui podemos ver o brilho dos olhos, a melodia das palavras, a delicadeza da escuta, o encanto de tocar o infinito, a arte de dar um nome ao mistério, a alegria de se encontrar com Deus e recontar a Sua história que atravessou uma vida e se diz com poemas, tenham ou não rimas, sempre com música e a ternura de se deixar encantar.
É essa viagem “com a bússola do coração” que nos propõe Carminda de Sousa Marques e que constitui uma saudável dádiva espiritual para quem a não conhece e igualmente para quem sabe que ela é assim. Diz, mas é mais do que diz. E nessa unidade nos embala, com rimas no mesmo verso, como vaso comunicante do amor de Deus, como visitadora da fonte de vida, contemplativa do infinito que há no finito da natureza, das crianças, como quem se deslumbra com os nomes e se pergunta ”quem sou eu”? Aproxima-se respeitosamente do mistério da Trindade e sabe que mergulha, com o salmo 139, no Oceano da sabedoria. E acontece a alegria de vibrar com a comunicação de Deus e observar experiências diversas das criaturas, permitindo envolver-se na simbologia da noz e do ovo.
Carminda de Sousa Marques é a alma da revista “Vida Ascendente” do Movimento Cristão dos Reformados, que intercala de poemas, histórias, ideais, partilhas, com uma doçura feminina que nos acorda o júbilo e gratidão pelo olhar de Deus e por tanto que Ele nos concede. A gratidão está patente em toda a sua escrita mesmo quando se lamenta da ingratidão por não dar suficientes graças a Deus por tudo o que Deus lhe oferece.
A linguagem é simples, chã, confidencial, sempre nas asas da poesia que ela escreve tão bem como diz. Por isso um convite apenas ao leitor: deixe-se embalar pelas palavras, pelos símbolos, pelas parábolas, pelas emoções, pelas preces, pela gratidão, sempre em poesia, mesmo que pareça prosa corrida.
Lembra Elizabeth Gilbert, autora que começa ”por procurar-se a si própria e à sua liberdade e termina por se deixar encontrar com Deus”. Carminda Marques desde o início entrega por inteiro a sua liberdade nas mãos sábias de Deus. Por isso volto à pergunta: se é melhor conhecer primeiro o poeta ou o poema? Aqui será bom conhecer uma só pessoa que se revela em poesia.
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