Arquidiocese de Braga -

2 junho 2016

Lectio Divina de Junho

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Parábola do Bom Samaritano

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VI. Onde posso encontrar-me com o Deus da misericórdia?

Lc 10, 25-37 (Parábola do Bom Samaritano)

25Levantou-se, então, um doutor da Lei e perguntou-lhe, para o experimentar: “Mestre, que hei-de fazer para possuir a vida eterna?” 26Disse-lhe Jesus: “Que está escrito na Lei? Como lês?”

27O outro respondeu: “Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento, e ao próximo como a ti mesmo”. 28Disse-lhe Jesus: “Respondeste bem; faz isso e viverás”.

29Mas ele, querendo justificar a pergunta feita, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?” 30Tomando a palavra, Jesus respondeu:

«Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores que, depois de o despojarem e encherem de pancadas, o abandonaram, deixando-o meio morto. 31Por coincidência, descia por aquele caminho um sacerdote que, ao vê-lo, passou ao largo. 32Do mesmo modo, também um levita passou por aquele lugar e, ao vê-lo, passou adiante.

33Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão.34Aproximou-se, ligou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. 35No dia seguinte, tirando dois denários, deu-os ao estalajadeiro, dizendo: ‘Trata bem dele e, o que gastares a mais, pagar-to-ei quando voltar’. 36Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?”

37Respondeu: “O que usou de misericórdia para com ele”. Jesus retorquiu: “Vai e faz tu também o mesmo”.

 

Introdução

A parábola do bom samaritano encontra-se enquadrada noutros textos que nos falam da oração: a oração de Jesus (Lc 10, 21-23) e a narração referente a Marta e a Maria (Lc 10, 38-41). Só uma vida de oração nos permite descobrir no rosto dos pobres a presença sofredora de Jesus. Antes de nos aproximarmos do texto, vamos preparar o nosso interior para o acolher como Palavra de Deus. Colocamo-nos na presença do Senhor e lemos o fragmento da oração de Jesus (Lc 10, 21.24). Fazemos, depois, uns minutos de silêncio e concluímos com uma breve prece, pedindo a Deus que abra os nossos corações para entender a sua Palavra.

 

1. Leitura atenta do texto (lectio)

 

Neste primeiro momento, a atenção fixa-se no texto, com o desejo de descobrir qual era a mensagem que, por ele, o autor quis transmitir aos seus destinatários.

a) Leitura. Proclama-se o texto escolhido, em voz alta, e todos escutam atentamente.

b) Silêncio. Cada um lê novamente a passagem, ajudado pelas notas da Bíblia. Perguntas para a reflexão:

. Em que situação Jesus narra esta parábola? Que pergunta lhe tinha feito o doutor da Lei?

. Como é que o sacerdote e o levita reagem diante do homem ferido? Por que é que agem deste modo?

. Como reage o samaritano? Porquê? Faz uma lista de tudo o que ele faz pelo homem caído.  

. O que é que Jesus quer ensinar através desta parábola?

c) Partilha. Os participantes partilham o que descobriram na sua reflexão.

 

2. Deixamo-nos interpelar pelo texto (meditatio)

Neste segundo momento, a atenção centra-se na descoberta da mensagem do texto na nossa situação pessoal, comunitária, social.

a) Leitura. Lê-se, de novo, o texto, em voz alta, enquanto todos escutam atentamente.

b) Silêncio. Cada um lê o texto em silêncio, interrogando-se sobre o que o Senhor lhe quer dizer, procurando descobrir a sua vontade:

. Por vezes, comportamo-nos como o sacerdote e o levita. Por que o fazemos?

. Podes contar alguma situação em que te deixaste tocar pela misericórdia, como o samaritano?

. Embora saibamos que todos são nosso próximo, de que pessoas te custa mais a ter como “próximo”?

c) Partilhar. Os participantes partilham o que descobriram no momento de silêncio, tanto a nível pessoal como comunitário.

 

3. A palavra exige uma resposta (oratio-actio)

Neste terceiro momento, respondemos à Palavra de Deus. Podemos fazê-lo através de uma oração pessoal, de um compromisso pessoal ou de ambas as coisas.

a) Leitura. Lê-se de novo o texto em voz alta e todos escutam com atenção.

b) Silêncio. Cada um reza pessoalmente, exprimindo o que esta passagem da Escritura lhes faz dizer a Deus, procurando ver como pôr em prática o convite de Deus. Deixa que brote espontaneamente do teu coração a ação de graças.

c) Partilhar. Cada um pode fazer uma breve oração que seja o reflexo do que fez no tempo de silêncio ou partilhar com os outros o compromisso pessoal ou comunitário a que chegou.

 

Conclusão

O encontro termina com a oração comum ou um cântico apropriado. Talvez se pudesse rezar em conjunto o Salmo 31 ou alguma o