Arquidiocese de Braga -
22 setembro 2023
Museu Pio XII recebeu mais 25 peças para usufruto de bracarenses e turistas
DM - Francisco de Assis
Foram apresentadas as peças, já nos devidos lugares de exposição, após meses de trabalho de limpeza, restauro e identificação para que fossem exibidas
O Museu Pio XII, em Braga, está, desde ontem “imensamente mais rico”, com a doação de mais 25 peças de arte, algumas delas “absolutamente fabulosas”, com destaque para um relicário. Por isso, o diretor do museu, o cónego José Paulo Abreu, chamou os jornalistas para manifestar “gratidão e felicidade” pelo facto de a instituição que dirige ser depositária de mais um conjunto de peças que, a partir de agora, podem ser usufruídas pelos bracarenses, pelos turistas e pela sociedade em geral.
A cerimónia contou com a presença de alguns dos mecenas, com destaque para Hamilton Gonçalves, que ofereceu 14 das 25 peças, confirmando-se, assim, como um dos principais doadores de peças do Museu Pio XII; António Alberto Correia Martins, que doou um armário relicário, com um recheio "fabuloso", devidamente identificado, o que “inflaciona” sobremaneira o valor do conjunto; e Santiago Belacqua, que doou uma das suas pinturas de Pietá, ele que é, provavelmente, o pintor que mais Pietás pintou a nível mundial.
Na "sessão de agradecimento aos mecenas", como lhe chamou o diretor do Museu Pio XII, foram apresentadas as peças, já nos devidos lugares de exposição, após meses de trabalho de limpeza, restauro e identificação para que fossem apresentadas com a dignidade que merecem.
Aliás, o cónego José Paulo Abreu, muito “satisfeito e honrado” pelas doações, fez questão de recordar que o museu está aberto para dar, oferecendo cultura e conhecimento à sociedade, mas também para receber.
“Quantas mais peças recebermos, melhor podemos ajudar a contar a história da nossa civilização, oferecendo arte e cultura. Recebemos para dar. Sentimo-nos felizes por esta simbiose. Porque, desta forma, estamos a cumprir a nossa missão enquanto museu. Este é o lado exigente da nossa missão, que é restaurar e disponibilizar para o público bracarense e para todos aqueles que nos visitam. O museu é a cultura que nos faz chegar ao futuro”.
Depois da coleção de ourivesaria, Hamilton Gonçalves oferece 14 peças
Na "sessão de gratidão aos mecenas", o diretor do Museu Pio XII agradeceu a todos aqueles que têm contribuído para o enriquecimento daquele espaço de cultura, cada um com aquilo que pode.
Ainda assim, frisou a generosidade de Hamilton Gonçalves, que depois de ter doado uma coleção de ourivesaria, que já está no museu, ofereceu agora mais 14 peças: desde pinturas a esculturas, um crucifixo, entre outros objetos antigos, sobretudo do século XVIII, confirmando ser um dos maiores mecenas do museu, fundado em 1957.
Em declaração à imprensa, Hamilton Gonçalves justificou as doações pelo facto de ser católico, amante de arte. "É uma forma de oferecer algo ao museu e à sociedade em geral".
O mecenas deixou ainda a promessa de oferecer mais peças.
Armário relicário cheio de relíquias com o seu “BI”
Na sessão, o diretor do Museu Pio XII mostrou-se deslumbrado com a doação de um armário relicário, cheio de relíquias devidamente autenticadas com as suas bulas. Ou seja, uma espécie de Bilhete de Identidade.
São ossos de apóstolos, como Tomé, Matias e Mateus; de Santa Cecília, Santo Afonso Maria Libório, Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus; São Francisco de Assis, entre outros grandes nomes da história da Igreja.
Presente na sessão, o doador António Alberto Correia Martins explicou que a peça estava na capela de Santa Luzia, em São Martinho do Campo, na Póvoa de Lanhoso.
A perceção do valor da peça e o medo que ela se perca ou se estrague levou-o a oferece-la ao Museu Pio XII.
"Sinto-me satisfeito por poder ajudar a enriquecer o museu com esta peça. Estava na capela de Santa Luzia, capela da casa. Mas provavelmente não nas melhores condições de preservação. Assim, em vez de estar a ser vista só por alguns, passava despercebida, resolvi doá-la para ser fruída por todos. A minha primeira intenção era oferece-la ao Tesouro-Museu da Sé de Braga. Mas acabei por optar pelo Pio XII e está bem entregue".
Maria Mendonça ofereceu uma pintura de Nossa Senhora da Torre; José Freira, doou um quadro do Papa Pio XII, patrono do museu; Débora Fontes cedeu quadros de Santa Dulce dos Pobres, do Papa Francisco e dois do Arcebispo Santo, D. Frei Bartolomeu dos Mártires.
Óscar Casares doou um valioso quadro de Mater Dolorosa; e Maria de Lourdes Figueiredo Krokn da Silva ofereceu uma estátua da Virgem com o Menino e um calvário.
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