Arquidiocese de Braga -
16 junho 2023
Pe. José Miguel defende tese de doutoramento

DACS
Documento versa sobre a proposta de uma nova tipologia teológica
O Pe. José Miguel Cardoso defendeu, na quinta-feira, dia 15 de junho, a sua tese de doutoramento em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma).
Marcaram presença neste ato académico público D. José Cordeiro, arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, arcebispo emérito de Braga, e D. José Tolentino Mendonça, Prefeito da Congregação para a Cultura e Educação. A sessão contou ainda com a presença da comunidade do Pontifício Colégio Português e ainda de vários familiares e sacerdotes vindos da Arquidiocese de Braga.
A tese defendida versava sobre a proposta de uma nova tipologia teológica. Mais concretamente, ao vivermos a terceira etapa da história da teologia, que se caratecriza por ser uma “estação escatológica”, depois da “estação protológica” (que durou até à modernidade) e da “estação antropológica” (que durou até à II Guerra Mundial, preconizada na metáfora de Auschwitz), a tese visa aprofundar aquele que é um dos tratados mais jovens do areópago teológico: a escatologia.
Por causa do atraso cronológico da parusia (a última vinda de Cristo), ao longo da Tradição da Igreja a temática escatológica foi-se reduzindo progressivamente aos conteúdos da vida post mortem (morte, juízo, inferno e paraíso). Isto, até que a renovação escatológica do séc. XX superou este docetismo escatológico, ao resgatar a escatologia para o centro da teologia, enriquecendo-a com novos horizontes, categorias e conteúdos que se alastram a todas as restantes áreas teológicas. Desta renovação escatológica, emergem dois nomes maiores: Karl Rahner (1904-1984), o maior teólogo católico do séc. XX, e o seu discípulo predileto, Johann Baptist Metz (1928-2019). É da leitura hermenêutica destes dois autores alemães que o Pe. José Miguel propõe uma nova tipologia teológica, superando as suas lacunas teológicas e confrontando-a com o contexto socio-cultural que vivemos, denominado de “pós-modernidade”. E daqui a sua proposta de se repensar toda a teologia a partir de uma escatologia sapiencial.
Com o intuito de aproximar o “crer na parusia” ao “viver na espera da parusia”, a tese pretende, assim, discernir o atual caminho (teológico) que percorrermos entre o “paraíso perdido” e a “terra prometida”. Porque a Igreja não vive apenas de tradições, mas também de antecipações.
Recordar que o Pe. José Miguel encontra-se a exercer o seu ministério no Dicastério para a Cultura e Educação da Cúria Romana (Vaticano).
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