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D. José Cordeiro | 20 Mar 2023
Mendigos da Luz do Evangelho
Homilia da abertura da Visita Pastoral ao Arciprestado de Barcelos 18 de março de 2023
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  © DM

A Visita Pastoral, que o D. Nuno, o D. Delfim e eu já iniciámos pelo Arciprestado de Amares, agora prossegue convosco, caríssimos irmãos e irmãs da Zona Pastoral Norte do Arciprestado de Barcelos, com 30 Paróquias, abrindo-se nesta Missa vespertina do IV Domingo da Quaresma com um renovado convite à alegria. 

Jesus Cristo é o fundamento da alegria da nossa fé. Estamos bem conscientes que «não é o Bispo o centro da visita, mas sim Cristo. Para Ele temos de olhar para abrirmos o coração, a vida, a porta das nossas casas, das nossas paróquias, dos lugares de trabalho, de estudo e de sofrimento». 

1. O Senhor ungiu os meus olhos

Jesus Cristo é o autêntico Dom da Esperança e o grande mistério da Luz. Na noite da Páscoa cantamo-Lo: Luz de Cristo e no Credo professamo-Lo: Luz da Luz. Na verdade, também assim O celebramos: «vós que fostes batizados em Cristo, estais revestidos da luz». O próprio documento do Concílio Vaticano II sobre a Igreja abre com esta aclamação: «a luz dos povos é Cristo» (Lumen Gentium 1). 

As palavras do cego de nascença que Jesus curou: «O Senhor ungiu os meus olhos» (cf. Jo 9, 1-41) guiar-nos-á para podermos responder à pergunta: porque Jesus é o Salvador? 

A cura do jovem cego de nascença, que não pertencia a ninguém, testemunha o caminho da Iniciação Cristã, passando a pertencer a Cristo, a si mesmo e aos outros. No tempo de Jesus, muitos pensavam que a doença era resultado do pecado do próprio ou, neste caso, dos seus pais. Jesus recusa tal ligação e num gesto comparável ao da criação, comunica vida nova. Esta narrativa do encontro de Jesus com este mendigo da luz evoca todo o seguimento batismal com o crisma e a Eucaristia. 

2. Evangelização

No dinamismo da narração, os verbos ver e acreditar: «pôs-me lama nos olhos, lavei-me e comecei a ver!» (Jo 9,15), suscitam a pergunta no homem curado: «E quem é, Senhor, para eu crer nele?» (Jo 9, 36). Jesus responde: «Já o viste. É aquele que está a falar contigo» (Jo 9,37) e o homem exclama: «Eu creio, Senhor!» (Jo 4,38). Esta pessoa faz um percurso da fé em Jesus Cristo, semelhante ao caminho da Iniciação Cristã: 1) «não sei» (Jo 9,12); 2) «é um profeta» (Jo 9, 17); 3) «vem de Deus» (Jo 9, 33); 4) «eu, creio, Senhor!» (Jo 9, 38).

A missão não é só dos bispos, presbíteros, diáconos, consagrados, mas compromete todos os cristãos. A comunidade cristã é o lugar onde o Espírito Santo se manifesta (1Cor 14) com a riqueza dos carismas.

Somos mendigos da Luz de Cristo como quem encontra de comer: «Os missionários são mendicantes que encontram outros mendicantes e lhes dizem onde encontraram de comer» (D. Tonino Bello). Este é o tempo que nos chama a sermos autênticos discípulos missionários em comunhão, reconhecendo as feridas abertas na Igreja e operando ativamente o perdão e a reconciliação. Este é o tempo para uma séria conversão espiritual, pastoral e missionária de todos e de cada um de nós.

Cada um de nós é uma missão: «é algo que não posso arrancar do meu ser se não me quero destruir. Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo» (Papa Francisco, Evangelii Gaudium 273).

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é uma oportunidade única e irrepetível na vida da Igreja peregrina em Portugal, especialmente na pastoral juvenil vocacional. A sua finalidade identifica-se com a evangelização, ou melhor, com o desejo de que Jesus Cristo esteja no coração dos jovens. 

Juntos, vivemos com entusiasmo a peregrinação dos símbolos da JMJ na Arquidiocese de 29 de janeiro a 3 de março passados. Preparamo-nos já paraas etapas seguintes: a hospitalidade de jovens de outras dioceses do mundo, de 26 a 31 de julho; a participação em Lisboa, de 1 a 6 de agosto de 2023, e o pós-JMJ.

3. Visita Pastoral

A Visita Pastoral, longe de ser uma simples visita de cortesia, terá de ser encontro, na fé e na gratidão, com o ritmo quotidiano das nossas Paróquias, assumindo o que realmente somos e desafiando a crescer na sinodalidade, na missão e na experiência da interparoquialidade com as unidades pastorais. Importa, também, não esquecer todos aqueles que procuram o bem comum, nomeadamente as Autoridades Locais, associações, grupos académicos e desportivos, etc.

Não há comunidades perfeitas, mas em aperfeiçoamento. Neste sentido, muito louvavelmente, o vosso Arciprestado tem investido na formação humana, cristã, pastoral, litúrgica, caritativa, catequética, juvenil e comunicativa/digital.

A nossa missão tem como centro a comunhão com Cristo, sem a qual a nossa ação seria uma ilusão e uma perda de tempo, pois ninguém ama aquilo que não conhece, não ensina aquilo que não sabe, nem testemunha aquilo que não vive. 

Confiamo-nos à vossa oração, pedindo especial intercessão à Virgem Santa Maria da Franqueira, da Aparecida e tantos belos nomes e ainda do Venerável D. António Barroso.

Juntos e todos sejamos peregrinos à luz do Evangelho.

 

+ José Manuel Cordeiro

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