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DACS | 30 Dez 2019
D. Nuno Almeida presidiu à Festa da Família
Celebração decorreu no Arciprestado de Amares e juntou as paróquias de Lago, Rendufe, Barreiros e Bico.
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Ontem, Domingo, as paróquias de Lago, Rendufe, Barreiros e Bico, no Arciprestado de Amares, celebraram a Festa da Família no Mosteiro de Rendufe.

Pelas 15h00 foi proferida uma conferência pelo Pe. José Miguel que contou com o testemunho familiar de Vítor e Cristina. A moderar esteve o professor José Marques.

Às 16h30h foi celebrada eucaristia de acção de graças por todos os casais, especialmente pelos que celebraram em 2019 o 1º, 25º, 50º e 60º aniversário do seu matrimónio. No total inscreveram-se 100 casais das quatro paróquias.

A eucaristia foi animada pelos coros das quatro paróquias e presidida por D. Nuno Almeida, Bispo Auxiliar.

 

Homilia

Queridos irmãos e irmãs, especialmente os casais que celebraram em 2019 o 1º, 25º, 50º e 60º aniversário do seu matrimónio! 

1. Como qualquer criança, também Jesus precisou de uma família. Sem dúvida que a de Jesus foi a mais original de todas: Ele era Filho de Deus, Maria era Imaculada, José era o mais santo entre os santos. Mas também é verdade de que era uma família normalíssima: Jesus, filho de José, o carpinteiro, e de Maria, três pessoas comuns, com nomes comuns, numa casa pobre e simples, numa aldeia como tantas.

A Família de Nazaré teve de enfrentar muitas dificuldades e provações: A vida do Menino foi ameaçada de morte e tiveram de fugir de noite; foram uma família de refugiados, sendo estrangeiros em terra estrangeira. Quando regressam à pátria, José ainda receia pela vida do Menino. E estamos apenas no início: à Sua mãe tinha sido preanunciada uma espada de dor, e chegarão as calúnias, as incompreensões, a morte – evitada por agora, mas apenas adiada. No Natal contemplamos o Emanuel, Deus connosco; mas está já anunciada a Sua entrega até ao fim, como “Deus para nós!”

Mas qual é a família que, mais cedo ou mais tarde, não é marcada por desgostos e sofrimentos? Uma doença, dificuldades económicas, uma dívida, uma injustiça, algum rancor, uma desgraça, um fracasso na educação dos filhos, algum desgaste nos relacionamentos. Como é que Maria, José e Jesus enfrentaram as adversidades e as provações?

No Evangelho, vemo-los atuar sempre unidos: “Toma o Menino e Sua mãe”, e José “tomou o Menino e Sua mãe”. Estavam juntos no nascimento, no exílio, na casa de Nazaré. É assim que se enfrentam as provas da vida: em unidade, em comunhão. Sozinhos surge a angústia. Em conjunto, ajudamo-nos, encorajamo-nos uns aos outros, reencontra-se a confiança.

E, acima de tudo, sentiam e experimentavam que Deus estava com eles, deixando-se guiar por Ele. O anjo do Senhor falava e encontrava Maria e José em atitude de escuta, prontos a obedecer à sua palavra, a fazer a vontade de Deus. 

Era assim a fé de Maria e de José, esta é a nossa fé, que faz de cada uma das nossas famílias uma casa confiada nas mãos de Deus, pronta para atuar o grande desígnio que Jesus tem sobre ela.

2. Hoje, não há crise da família. É o relacionamento conjugal entre homem e mulher que, atualmente, enfrenta inéditas e profundas dificuldades. Existe sim uma profunda crise do matrimónio. Por exemplo: sintoma eloquente desta crise são as 35 mulheres mortas em 2019 vítimas de violência doméstica. 

A raiz desta inquietante situação está na tentativa de basear o casamento somente no amor individualista e romântico. 

Temos consciência de que só o amor fiel, indissolúvel, fruto de decisão livre e fecundo pode ser fundamento seguro do matrimónio e, consequentemente, da família: aquele amor que Jesus, com gestos e palavras, ensina a pôr em prática.

Uma verdadeira “arte de amar” que, como também Jesus ensina e vive, contém uma razão, uma tática, uma medida, um estilo, um horizonte, um tempo: a razão: ama porque ama; a tática: em primeiro lugar, não espera ser amado para amar; a medida: sem medida, com a medida da própria vida; o estilo: ama o outro como ele quer ser amado; o horizonte, um âmbito: ama todos; o tempo: o presente, em cada momento!

Mas como é e como deve ser o amor conjugal, que une o homem e a mulher e de dois faz um só? O Papa Francisco, na Exortação Apostólica pós-sinodal “Alegria do Amor” (19.03.2016) apresentou o amor conjugal a partir do famoso hino de São Paulo na primeira Carta aos Coríntios (1 Cor 13, 4-7): “O amor é paciente, o amor é prestável, não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

É esta arte cristã de amar que transforma a fé e o cristianismo, de facto simplesmente devoto, quando não teórico, a que tantas vezes o reduzimos, em aventura quotidiana, transparente, libertadora, feliz e alegre, também e, sobretudo, na vida familiar! 

Jesus,
guia a nossa família
pelo caminho severo da vida,
sugere os passos,
reúne os corações no silêncio
e na contemplação,
atentos e dóceis aos Teus sinais.
Dá-nos unidade e concórdia
para caminhar juntos
e partilhar alegrias e dores
em solidariedade fraterna
e no amor.
Molda a nossa
e todas as famílias sobre a terra
segundo o modelo da que Te foi dada,
em Nazaré,
simples e verdadeira,
e que ninguém fique sozinho
e sem amor.

            (Fábio Ciardi) 

+Nuno Almeida, Bispo Auxiliar de Braga

 
 
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