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DACS | 12 Jul 2018
Ordenações sacerdotais. Saiba o que inspira os novos padres da Arquidiocese
Conheça os lemas sacerdotais dos cinco novos presbíteros e o porquê da sua escolha.
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  © Diário do Minho

A partir do próximo Domingo, dia 15 de Julho, a Arquidiocese de Braga terá cinco novos padres ao seu serviço. Prestes a serem ordenados sacerdotes, Carlos Leme, Filipe Alves, Rui Filipe Marques, Leonel Cunha e Vítor Araújo revelam o lema sacerdotal que escolheram e o porquê de optarem por essa frase para os acompanhar ao longo do seu percurso. 

 

Carlos Miguel Leme

43 anos; natural de Luanda, Angola; residente em  São Tiago de Gagos, Celorico de Basto

Olhai como crescem os lírios do campo(Mt 6, 28), eis o lema inspirador da minha ordenação sacerdotal.  A razão da escolha desta frase prende-se com uma história da minha infância. Em boa verdade, vai há mais de trinta anos. Numa manhã de Primavera, ao passar na rua, ouço esta passagem de Mateus e a minha mãe chama-me a atenção para a beleza da mesma. Ao chegar a casa, para eu perceber melhor, mostra-me o pormenor destas flores, aludindo ao veludo que as caracteriza. O modo como uma simples flor como é o lírio consegue, na sua singela existência, concentrar em si tanta beleza e encanto constitui um verdadeiro hino à criação e ao Criador, o que acaba por ser um fascínio para toda a pessoa que a contempla.

Com esta escolha penso na contemplação da beleza de Deus, e no papel que o padre tem de apontar para a mesma, colocando-se de lado e indicando sempre para Cristo, que é e tem de ser o centro da nossa vida. Por outro lado, penso na vida simples e no desprendimento que deve caracterizar um padre, sendo capaz de colocar a sua esperança na vontade do Senhor e valorizar as pequenas coisas da vida.

Servir a Igreja que é a presença de Deus no mundo, responder ao chamamento do Senhor e entregar-me completamente a Cristo, foram e são as razões porque resolvi ser padre.

Além disso, levar Deus e a sua mensagem de esperança às gentes do nosso tempo.

 

Filipe Alves

37 anos; natural de São Vicente do Bico, Amares

O sacerdócio ministerial é um chamamento de Deus, uma proposta Sua para a nossa vida terrena. Temos a liberdade de a acolher ou não. Uma vez acolhida é para ser vivida segundo as palavras de Maria: “Faça-se em mim segundo a tua palavra(Lc 1, 38). Este ministério não é uma realização pessoal, mas um serviço a Deus na pessoa do próximo. O verbo faça-se é um verbo de movimento, logo é algo que obriga a um caminhar. Depois, é para ser vivido segundo a palavra de Cristo. Tenho a noção que não é uma proposta fácil, que nem sempre corresponde às expectativas de vida, nem sempre correspondeu às minhas espectativas de vida, muito ligadas a esta vivência terrena, mas a vida em Cristo supera todas as nossas expectativas. Esta é uma realização, mas essencialmente uma graça muito grande que Deus concede. Sei das dificuldades e adversidades do caminho, mas também sei da alegria de servir, a exemplo de muitos outros que já fizeram este caminho, e da alegria da vida vivida em Cristo.

 
  

Rui Marques Araújo

24 anos, natural de Santa Maria de Airão, Guimarães

Desejo que os trilhos do ministério sacerdotal, a que fui chamado, se traduzam pelas coordenadas da Primeira Carta de São João: “Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele” (1 João 4, 16). De facto, a palavra amor é uma singela palavra que caracteriza Deus. Por isso, reconheço que é uma preciosa bússola para minha vida. Desde o início da minha caminhada vocacional sinto que esta sempre me indicou o norte da futura missão que o bom e belo Pastor me convida a seguir.

De facto, neste ponto de partida não poderia desejar outra coisa senão que o amor de Deus se revele uma verdadeira ponte entre mim, Deus e as comunidades que eu servirei. Porém, não quero que que esta ponte seja pesada, autoritária, nem muito menos um obstáculo para quem quer chegar junto de Deus, para quem quer repousar o seu coração nas mãos ternas de Deus. Esta é uma ponte que compreende, que procura responder aos dramas da vida das pessoas, que procura levar a Alegria do Evangelho.

Por isso, servindo-me das palavras de São Francisco de Assis, eu repito a Deus: Faz de mim um instrumento da Tua Paz. Para que “onde houver o ódio, que eu leve o amor; onde houver a ofensa, que eu leve o perdão; onde houver a discórdia, que eu leve a união; onde houver a dúvida, que eu leve a fé; onde houver o erro, que eu leve a verdade; onde houver desespero, que eu leve a esperança; onde houver a tristeza, que eu leve a alegria e onde houver trevas, que eu leve a luz”.

 
 
Tiago Leonel Cunha

26 anos, natural de Santa Maria de Caires, Amares

Uma ordenação sacerdotal é o ponto alto de vários anos de caminhada de discernimento vocacional e, ao mesmo tempo, o ponto de partida para a missão que a Igreja me chama a desempenhar numa atitude de desprendimento, prontidão e liberdade.

Neste sentido, escolhi como lema para a minha ordenação sacerdotal o versículo de Lucas 22, 26: “Eu estou no meio de vós como Aquele que Serve”, pois entendo que sou chamado por Deus a gastar a minha vida pelos outros, ou seja, a responder a um convite de forma totalmente generosa e incondicional, tornando-me presença de Deus junto de cada pessoa. Sinto que sou desafiado a ser administrador da graça de Deus junto de todos, desde o mais pobre e humilde ao mais rico e opulento, sempre numa atitude de quem serve e está próximo.

Esta entrega total e radical faz sentido no seio de uma Igreja e de um mundo que necessitam de homens não extraordinários, mas capazes de transmitir a alegria de Cristo Vivo e Ressuscitado de uma forma criativa a todos os que necessitam de uma palavra de esperança, levando avante a missão que Jesus nos confiou há dois mil anos. Esta missão pode passar pela capacidade de escuta, pelo silêncio ou simplesmente pela presença. 

Claro que estou consciente que esta radical entrega terá as suas próprias dificuldades, mas Jesus chama-nos ser corajosos e a testemunha-Lo, não a partir do nosso “sofá”, mas a partir e no seio da sociedade, pois para ser de Deus é preciso que nos deixemos provocar, que nos desinstalemos das nossas seguranças, do nosso conforto pessoal, para ir onde realmente sentem a nossa necessidade. A grande máxima ao abraçar esta missão é estar disponível para o serviço, tendo como e único modelo a seguir Jesus ao lavar os pés aos Apóstolos, totalmente despojado para servir aqueles que O haviam de seguir. Tal como São Francisco Xavier afirmou, “para Deus sobe-se descendo”. Por isso, não se trata de uma questão de assumir um “poder”, mas abraçar uma missão de serviço completamente despojado para ser enviado e estar à disposição de todos. 

Na certeza de que é Deus quem nos chama e envia, sinto que o desafio é sempre interessante porque o amor d`Aquele que nos convoca e provoca é inabalável, capaz de transformar a vida em plena doação à Igreja. 

 

Vítor Araújo

30 anos, natural de São Martinho do Vale, Vila Nova de Famalicão

Ao longo de toda a minha vida, e pensando sobretudo no caminho feito em seminário, foi ficando claro que o discernimento assentava em duas questões de fundo: o que Deus quer de mim? O que eu quero para a minha vida? Ainda que, sem definir exactamente em que momentos fui respondendo a cada uma delas, as respostas foram surgindo.

Dito isto escolho para a minha vida sacerdotal o lema: Sacerdócio, dom que se recebe, vida que se dá.

Em primeiro lugar entendo, com base no meu discernimento, que Deus me quer entregar este enorme dom do Sacerdócio Ministerial.  Entendo-o como a vocação que no coração de Deus me está a chamar. 

Em segundo lugar, talvez o ponto mais difícil do meu caminho de discernimento, fazendo um exercício de plena liberdade humana, com toda a consciência e maturidade que me é possível neste preciso momento da vida, resolvo assim doar, entregar e disponibilizar tudo o que sou para este caminho de vida presbiteral. 

Creio ser importante referir que nesta decisão se encontra também a inspiração e o pedido de protecção a algumas personagens concretas da história do povo de Deus. Em Moisés, que caminha a mando de Deus, junto do seu povo, levando-os para a Terra Prometida. Em Job, a audácia de quem “luta” com Deus, sabendo e querendo que Deus saia sempre vencedor. Em Maria, que mesmo não sabendo a totalidade do projeto de Deus para a sua vida foi capaz de dizer sim.  Em Paulo, homem de convicções fortes, que permitiu que Deus o convertesse diariamente.

Em suma, caminho para Ordenação Presbiteral, com base num caminho de discernimento que não se fecha, mas que me parece bastante claro e delineado nesta rota: o Sacerdócio que agora me proponho a abraçar, é um Dom que Deus me propõe, e ao qual eu entrego a totalidade da minha vida, na confiança de que Ele me guiará sempre e que eu me deixarei guiar numa entrega diária ao dom recebido.

 
 
A cerimónia de ordenação presbiteral realiza-se às 15h30, na Cripta do Sameiro.
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Palavras-Chave:
Ordenações  •  Sacerdotes  •  Sameiro
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