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D. Eurico Nogueira | 20 Abr 2008
Morreu «a trabalhar»
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O Cónego Doutor Eduardo Melo Peixoto morreu como sempre vivera: a trabalhar e sob o manto protector de Nossa Senhora.
Foi longa e muito variada a sua caminhada terrena: oitenta anos gastos no serviço de Deus e do seu Povo – constituído em Igreja –, nas mais diversas actividades e coordenadas, mas sempre norteado pelo sacerdócio abraçado na pujança da juventude.
Apesar da idade, mantinha o mesmo entusiasmo e dedicação nas ingentes tarefas que continuava a impulsionar, despertando o seu exemplo admiração e estímulo em quantos o conheciam ou com ele privavam.
Devo-lhe lealdade sem reservas e colaboração incansável, nos quase 22 anos em que fui servidor cimeiro da Arquidiocese de Braga, sobretudo quando esteve à frente de duas Instituições fundamentais desta: o Cabido da Catedral, como impulsionador do culto nesta e órgão assessor do Prelado, e a Vigararia Geral, instrumento executivo deste, sendo o seu titular uma espécie de Primeiro-ministro.
No desempenho das suas funções, contraí com o Cónego Melo uma dívida que jamais conseguiria saldar.
Eu procurava pagar-lhe modestamente com o meu muito apreço e dedicação; nas horas boas e sobretudo nas menos boas, que também as teve.
Nestas, destaco o iníquo processo-crime que acintosamente lhe foi movido, por indivíduos – de muito duvidosa boa fé – ressabiados pela coragem heróica com que enfrentou os agitadores do Verão Quente de 1975. Perante a pressão daqueles – prolongada por mais de uma dezena de anos – contrariando sucessivas decisões dos Tribunais que sempre o iam ilibando de qualquer culpa, entendi dever vir a público tomar a sua defesa, que era incontestavelmente a da verdade e da justiça.
E acrescentei: se aquele processo  passasse à fase de julgamento, eu estava disposto a solicitar ao Papa a suspensão das minhas funções pastorais, para assumir a sua defesa na barra do Tribunal. Para isso, voltaria a pedir a minha inscrição na Ordem dos Advogados, retomando uma situação que já assumira após a conclusão do curso de Direito e o respectivo estágio.
Tal não foi preciso, porque o Tribunal soube resistir às habilidades mafiosas dos opositores.
Do já saudoso Cónego Melo Peixoto, ficará sempre em mim um inabalável sentimento de admiração, amizade e gratidão.
† D. Eurico Dias Nogueira, Arcebispo Emérito
in "Diário do Minho" 20/04/2008
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