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Ontem, Domingo, durante a homilia proferida no âmbito do Jubileu dos Doentes e das Pessoas Portadoras de Deficiência, o Papa Francisco afirmou que o "amor e a terapia do sorriso" são capazes de curar patologias várias, tanto físicas como espirituais.
O Pontífice começou por criticar o cinismo de quem pensa poder resolver tudo com as suas próprias forças ou apenas com a ajuda das descobertas científicas. O reparo mais forte foi para a sociedade que segrega as pessoas com algum tipo de limitação.
"Conhecemos a objecção que se levanta, sobretudo nestes tempos, à vista de uma vida marcada por graves limitações físicas; considera-se que é impossível ser feliz uma pessoa enferma ou deficiente, porque incapaz de realizar o estilo de vida imposto pela cultura do prazer e da diversão. Num tempo como o nosso, em que o cuidado do corpo se tornou um mito de massa e consequentemente um negócio, aquilo que é imperfeito deve ser ocultado, porque atenta contra a felicidade e a serenidade dos privilegiados e põe em crise o modelo dominante. É melhor manter tais pessoas segregadas em qualquer «recinto» – eventualmente dourado – ou em «reservas» criadas por um compassivo assistencialismo, para não estorvar o ritmo de um bem-estar falso. Por vezes chega-se a sustentar que é melhor desembaraçar-se o mais rapidamente possível de tais pessoas, porque se tornam um encargo financeiro insuportável em tempos de crise", sustentou Bergoglio, acrescentado que tal visão é ilusória e que o mundo não se torna melhor por ser composto de pessoas aparentemente perfeitas.
Aludindo ao Evangelho de Domingo, o Papa sublinhou que não existe apenas sofrimento físico: "entre as patologias mais frequentes nos dias de hoje conta-se uma que tem a ver precisamente com o espírito: é um sofrimento que envolve a alma tornando-a triste, porque carente de amor. A patologia da tristeza. Quando se experimenta a deceção ou a traição nas relações importantes, então descobrimo-nos vulneráveis, fracos e sem defesas. Consequentemente torna-se muito forte a tentação de se fechar em si mesmo e corre-se o risco de perder a ocasião da vida: amar apesar de tudo. Amar apesar de tudo."
Francisco terminou a homilia afirmando que só é possível alcançar a felicidade sendo capaz de amar, não se fechando em si mesmo apesar de possíveis decepções, enfermidades ou limitações.
"Jesus é o médico que cura com o remédio do amor, porque toma sobre Si o nosso sofrimento e redime-o. Sabemos que Deus pode compreender as nossas enfermidades, porque Ele mesmo foi pessoalmente provado por elas (cf. Heb 4, 15). O modo como vivemos a doença e a deficiência é indicação do amor que estamos dispostos a oferecer. A forma como enfrentamos o sofrimento e a limitação é critério da nossa liberdade em dar sentido às experiências da vida, mesmo quando nos parecem absurdas e não merecidas. Por isso, não nos deixemos turbar por estas tribulações (cf. 1 Ts 3, 3). Sabemos que, na fraqueza, podemos tornar-nos fortes (cf. 2 Cor 12, 10) e receber a graça de completar em nós o que falta dos sofrimentos de Cristo em favor do seu corpo, que é a Igreja (cf. Col 1, 24); um corpo que, à imagem do corpo do Senhor ressuscitado, conserva as chagas, sinal da dura luta que trava, mas chagas transfiguradas para sempre pelo amor", concluiu.
P. Paulo Alexandre Terroso Silva
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