Arquidiocese de Braga -

1. Quem é o maior?

“Quem é o maior no reino dos céus?” é a pergunta que os discípulos fazem a Jesus no evangelho que acabamos de proclamar. É uma pergunta que qualquer um de nós podia fazer, e tendo diante de mim uma comunidade escolar, talvez pudéssemos fazer algumas variações desta pergunta: “quem é o melhor aluno ou o mais inteligente?”; “quem é o melhor professor?”, entre outras. É uma tendência muito humana querermos catalogar e classificar a vida em categorias, fazendo distinções e comparações uns com os outros. 

Contudo, catalogar e comparar leva-nos a perder a visão do todo, e a sermos incapazes de apreender a verdade total da pessoa que estou a catalogar e a comparar, porque a dignidade de cada pessoa não é comparável ou categorizável. 

Assim, estudar numa escola católica é ver em Cristo o verdadeiro Mestre, Aquele que nos ensina a arte da vida e das relações. E hoje Jesus ensina-nos que o maior é aquele que se faz pequeno, que se faz criança, isto é, o maior é aquele que vive com verdade, que procura servir e ajudar os outros, que se sabe amado e nunca abandonado por Deus, e que n’Ele terá sempre um colo de misericórdia onde se aconchegar. 

2. Semear a esperança

Na mesma linha, educar numa escola católica é mostrar a crianças, adolescentes e jovens que eles são muito mais do que a nota final na pauta. Educar é ajudar cada um dos alunos a descobrir o melhor de si mesmo, os seus dons e talentos. São João Bosco, conhecido pela sua pedagogia, dizia que “a verdadeira educação gera liberdade, responsabilidade e alegria de viver. Cidadania ativa e responsabilidade Social. Compromisso com a vida e com os outros. Vontade de fazer sempre melhor e construir o futuro”. Educar deve levar à abertura de horizontes, ao amadurecimento pessoal olhando a vida como um todo, e Cristo como meta dessa mesma vida. 

Desse modo, o Colégio arquidiocesano D. Diogo de Sousa não será apenas um lugar onde se transmitem conteúdos educativos. Será uma casa, que educa e evangeliza, que acolhe, que escuta e que promove a vida.  

A Arquidiocese de Braga lançou um plano pastoral intitulado “Juntos no Caminho de Páscoa (2023-2033)”. O foco principal “Levar Jesus a todos e todos a Jesus”, enfatiza a missão evangelizadora da Igreja. A Igreja existe

fundamentalmente para evangelizar, colocando este propósito no centro de todas as suas atividades. Estamos, por isso, conscientes que «a nossa esperança reside sempre no elemento de novidade que cada geração aporta consigo» (Hannah Arendt).

3. Educar é amar

Se promove uma educação integral geradora de vida, uma escola católica deve também ajudar cada aluno a descobrir a sua vocação.

Celebramos hoje a memória de uma jovem santa, Teresa do Menino Jesus. No recolhimento do Carmelo, ela descobriu que a sua vocação era amar, e amar ao modo de Cristo. Teresa de Lisieux escreveu: “A caridade ofereceu-me a chave da minha vocação. Compreendi que, se a Igreja apresenta um corpo formado por membros diferentes, não lhe falta o mais necessário e mais nobre de todos; compreendi que a Igreja tem coração, um coração ardente de amor; compreendi que só o amor fazia atuar os membros da Igreja e que, se o amor viesse a extinguir se, nem os Apóstolos continuariam a anunciar o Evangelho nem os mártires a derramar o seu sangue; compreendi que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo e que abrange todos os tempos e lugares, numa palavra, que o amor é eterno”.

Neste dia do Colégio arquidiocesano D. Diogo de Sousa, sois convidados a descobrir a vossa vocação. E a nossa vocação é responder a um chamamento d’Aquele que nos ama e convida a amar. Responder ao chamamento de Deus é aprender a amar, aprender a querer o bem dos outros em todas as circunstâncias, e isso pode ocorrer nos diversos estados de vida: na vida matrimonial, na vida consagrada, na vida presbiteral. Ocorre na entrega de cada dia, porque só amando é que a vida vale a pena ser vivida. 

+ José Manuel Cordeiro