Arquidiocese de Braga -

13 outubro 2024

Discurso de D. José Cordeiro, por ocasião da abertura do Novo Ano Escutista, em Guimarães

Mãos que constroem a esperança

Fotografia DM

1. GRATIDÃO
Hoje, na Abertura Regional do Ano Escutista, convocam-nos gestos de gratidão. Ora, a este respeito, o inconfundível Roberto Benigni diz que demonstrar gratidão com moderação é um sinal de mediocridade
Portanto, a nossa enternecida gratidão a quem, hoje, nos recebe: ao Município de Guimarães, à Junta de Núcleo de Guimarães e o nosso apreço à Junta Regional de Braga. As sinergias que aqui nos reúnem recordam-nos que somos uns com os outros e seremos tanto mais humanos quanto mais nos responsabilizarmos e cuidarmos uns dos outros. Obrigado pela vossa entrega sem nunca esperar outra recompensa.

2. AOS DIRIGENTES, MÃOS QUE CONSTROEM ESPERANÇA
A todos os dirigentes, em concreto, aos chefes de Núcleo da Região de Braga, líderes na evangelização, a vós que sois mãos que constroem esperança, recordo-vos que a vossa ação educativa terá sempre que conhecer os desafios deste tempo e tornar fecunda a mensagem de Jesus Cristo, a qual ilumina e dá sabor às vidas concretas das crianças e jovens, acolhendo a cada pessoa na sua humanidade, que é sempre uma história única entreleçada de feridas e conquistas, fragilidades e talentos. Jamais poderemos ceder à tentação de converter a proposta em cristã em mós de pedras doutrinária. A missão da Igreja é acolher todos como são, procurando ajudar a que se tornem ainda mais ao jeito de Jesus. 
Não renunciamos a propor a meta do ideal evangélico - o Amor (a Deus e ao próximo e, assim, assumir Cristo, o Homem-Novo, como forma de Vida), mas nunca poderemos esquecer que, embora caminhemos todos para este ideal, nem todos o percorrem ao mesmo ritmo. Há etapas de aproximação a uma resposta plena que se quer dar ao ideal de Vida proposto por Jesus.

3. O ENVOLVIMENTO NA COMUNIDADE
A Celebração da Abertura Regional do Ano Escutista, hoje na icónica cidade de Guimarães, testemunha a todos quantos se cruzarem com os nossos escuteiros que o CNE oferece um inestimável contributo para a construção da fraternidade, a defesa da liberdade e da dignidade de cada ser humano, acolhendo-o como irmão. Não o fará por diplomacia, mas por reconhecer o valor de cada pessoa humana como criatura chamada a ser filho ou filha de Deus.
Assim, urge sair do conforto das nossas necessidades para nos encontrarmos com os outros, permitindo que o sopro transformador de vida evangélica gere um movimento que vai do impenetrável ao aberto, do gueto ao diálogo, do meu ao nosso, do monocolor ao poliédrico e, assim, arriscar no anseio de uma fraternidade entre todos.

Obrigado por tudo, que é tanto.
 12 de 0utubro de 2024 
+ José Manuel Cordeiro