Arquidiocese de Braga -

25 dezembro 2023

Luz na noite

Fotografia

Homilia de D. José Cordeiro na Missa da Noite de Natal

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1. Não temais
A Luz do Nascimento de Jesus ilumina as trevas da noite com os bastantes medos que podem existir em cada um de nós. Que medos nos assustam? Medo do sofrimento, medo do futuro, medo da doença, medo da solidão, medo da guerra, medo da morte.

Há um pensamento atribuído a São João Bosco que diz: «Quando não se ameaça, mas se reflete; quando não se tem medo, mas se estima; quando Deus é o dono da casa, então nasce a Família».

2. Grande alegria
Os mensageiros de Deus anunciam a grande alegria do nascimento do Salvador. O Evangelho vale para todo o povo, para todos.

No tempo tão delicado que nos toca viver, com tantas tensões, problemas e desafios, somos, mais que nunca, chamados à alegria da esperança. Sem alegria não há vida plena.

O Evangelho é uma teologia da alegria, como a totalidade do anúncio cristão, – a Boa nova. Anunciar esta alegria é a missão permanente da Igreja.

Uma das grandes constituições do Vaticano II, a da Igreja no mundo, chama-se Guadium et Spes. A Alegria da paz e da Esperança que é Cristo constroem a humanidade e a santidade. Pode ler-se na constituição: «Na realidade, o mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente (…). Porque, pela sua encarnação, Ele, o Filho de Deus, uniu-se de certo modo a cada homem. Trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado» (GS 22).

3. Glória a Deus – Paz na terra
O hino da multidão dos anjos: «glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados» continua a ser uma enorme provocação. Os pastores de Belém ficaram cheios de alegria. Todavia desde essa noite muitas são as guerras, as injustiças, as feridas da humanidade.

As palavras de maravilhamento do coro angélico no presépio de Belém deram origem ao prólogo de «um antiquíssimo e venerável hino com que a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica a Deus e ao Cordeiro. Não é permitido substituir este hino por outro» (IGMR 53). O “Gloria in excelsis Deo” é cantado ou recitado na Eucaristia aos Domingos, (exceto do Advento e Quaresma) e nas solenidades e festas.

Tudo é incluído na palavra Paz! Jesus Cristo é a Paz!

Como escreveu M. Gandhi: «Não há caminho para a paz. A paz é o caminho».

Coragem e confiança! A paz esteja convosco!

+ José Manuel Cordeiro