Arquidiocese de Braga -

Não tenhais medo! Ide depressa anunciar Ele vai à nossa frente! (Cf. Mt 28, 5-7)

Como é bom termos alguém que vá à nossa frente a indicar-nos o caminho, pelo qual nós devemos seguir, rumo à Galileia das periferias, onde moram os pobres, os migrantes, os doentes, as diferentes etnias, que falam mais por gestos do que por palavras; ide também às empresas, aos sítios onde mora o trabalho, que ajuda a aperfeiçoar o universo, que faz coisas bonitas e belas que passam pela inteligência, pela visão e pelas mãos dos trabalhadores; ide depressa, mas não vos deixeis deslumbrar pelas vitrinas das coisas caras e sem sentido na vida; abri as portas das fábricas e entrai, está na hora de registar o ponto, está na hora de começar, de dizer bom dia e esquecer, por um instante, o amargo ali encontrado e saborear o mel da Ressurreição, naquele instante, viste, sentiste, era bom! 

Entre o labor e a dor

Estávamos ali entre a multidão de trabalhadores e trabalhadoras, nos seus postos de trabalhos, partilhando realidades diferentes e comuns. De repente constatamos, que nos sentimos bem naquele calor humano de labor, mas logo a seguir sentimos a dor das tuas dívidas: o teu salário já não consegue suportar o custo do “pão de cada dia”, e a casa que te abriga, a ti e a tua família, está com a prestação bancária ou a renda em atraso. O teu salário já não chega para suportar os infortúnios da vida e a dignidade parece desaparecida. A pandemia e a guerra trouxeram a maldita inflação, acompanhada de pobreza, corrupção e frustração. 

A Páscoa das nossas vidas

O maldito D de Diabo, traduzido na divisão, desgraça,  devastação e destruição dos valores que suportam a “Terra da Fraternidade”. Sim naquele lindo lugar onde “os cegos veem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e a Boa-Nova é anunciada aos pobres. Bem-aventurados aqueles que não encontram em mim ocasião de escanda-lo” (Mt 11, 4-6). Aquele bonito lugar que fez da morte vida e da Quaresma a Páscoa das nossas vidas, da Cruz seca de madeira surgiram hastes floridas, a fazer lembrar de que na Páscoa da nossa vida, as flores das lutas vencidas, dos doentes curados, da solidariedade assumida e da casa com comida, vale a pena a luta sair vencida, nesta Páscoa Florida.

Façamos grupos de novos e velhos, percorramos aldeias, vilas e cidades, entremos nas oficinas, escritórios e fábricas, gritemos: queremos salários, dignidade e “vida em abundância para todos” (Jo, 10, 10). Estamos com o Ressuscitado que nos pede, através dos seus anjos, para não termos medo, que Ele segue à nossa frente. Vem connosco – esperamos por ti!

Equipa Diocesana da LOC/MTC de Braga

Abril de 2023