Arquidiocese de Braga -

18 setembro 2012

ATRIO DOS GENTIOS _ COMUNICADO

Fotografia

Nos dias 16 e 17 de Novembro de 2012, em Guimarães e em Braga " capitais europeias da cultura e da juventude, respectivamente, no ano de 2012 " vai fazer-se uma sessão do Átrio dos Gentios, estrutura criada pelo Pontifício Conselho da Cultura e inaugurada em Paris nos dias 24 e 25 de Março de 2011.

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Desde então, o Átrio dos Gentios vai-se alargando a muitas outras cidades da Europa: de Paris a Palermo, passando por Florença, Assis, Bucareste, Tirana, Barcelona e Estocolmo. Nos dias 5 e 6 de outubro próximo chegará novamente a Assis e de Assis estender-se-á, então, a Portugal onde, desde o final de Janeiro de 2012, a Comissão Organizadora, que tenho a honra e o privilégio de coordenar, trabalha na preparação do terreno para a construção do Átrio dos Gentios.

O Átrio dos Gentios, em Portugal como pelo mundo fora, pretende ser lugar de encontro e de diálogo entre crentes, não crentes, agnósticos, gentes de diferentes formações científicas, culturais e políticas, e diferentes sensibilidades e confissões religiosas. O Átrio em Guimarães e em Braga abre-se para o encontro e o diálogo à volta de um tema que, para além das crenças, solicita todos à investigação, à reflexão, ao diálogo, ao contraste, à discussão e à meditação: o valor da vida.

O encontro no Átrio dos Gentios é convocado para pensar a Vida nas suas revelações e nos seus mistérios e para pensar a forma como os humanos, neste início do terceiro milénio, nos relacionamos com ela: porque existimos e somos o que somos? Que caminhos nos trouxeram até aqui? O que é e o que significa esta consciência de presença no universo, esta consciência de si, este sentimento de si e do outro? O que é este instinto visceral de sobrevivência que traz nas entranhas algo parecido com esperança e determinação para superar os fluxos de morte que de nós se abeiram e nos envolvem no quotidiano? E a fragilidade da vida? O que nos dizem as religiões e os humanismos, a ciência e a política, a filosofia e a história, o desporto e a teologia, a literatura e a espiritualidade sobre o valor e o sentido da vida de cada ser humano?

Num tempo em que estas questões são sistematicamente excluídas da agenda dos interesses públicos e da actualidade, insistir na ideia de que nada é demais, nenhum recurso, nenhuma ideia, para pensar a vida em geral, nas suas inumeráveis concretizações, e a vida humana, em particular, é um dever cívico, um dever de humanidade.

Não há mais lugar para entrincheiramentos em dogmatismos científicos ou religiosos castradores.

No fundo, o que a todos nos move, pelos caminhos da ciência, da fé, da dúvida e da resistência é a busca incessante do significado científico, teológico, ecológico, político, humano, pessoal e íntimo da vida. Seja seguindo pelos caminhos da ciência, seja pelos caminhos da fé, seja pelos caminhos da dúvida e da descrença, seja pela luz, seja pela noite, seja pelos cruzamentos quotidianos de uns e de outros, somos todos peregrinos fascinados pela “extravagância de ser” neste universo em que vivemos.

 

Isabel Varanda, coordenadora geral do Átrio dos Gentios Guimarães-Braga

18 de Setembro de 2012