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3 Nov 2022
“Bendito seja Deus que visita o seu povo”
Mensagem para o Tempo de Advento e Natal
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1.“Bendito o Senhor, Deus de Israel, que visitou e redimiu o seu povo e nos deu um Salvador poderoso, na casa de David, seu servo” (Lc 1, 68-69). É com estas palavras orantes de Zacarias que abrimos cada novo dia, iluminados pela luz que dá sentido à nossa fé, na esperança do dia que não tem ocaso, Jesus Cristo, nosso salvador (Cf. Precónio Pascal e Prefácio X Dominical do Tempo Comum).

Esta disposição interior revela a confiança fundamental na bênção de Deus, o Deus amigo das pessoas, que nos dirige o seu olhar amoroso e gracioso, que dá sustento e alento à nossa vida. Mas a bênção transporta sempre uma reciprocidade: enquanto é dada, torna a vida agraciada; enquanto exigida, torna-a uma fonte de bênçãos.

Por isso, ao reconhecermo-nos abençoados, somos chamados também a abençoar e a bendizer. É assim que aprendemos o modo de Deus agir: porque é bendito, torna-se uma fonte de bênçãos, visitando e redimindo. Estes gestos concretos expressam a forma próxima e relacional, mas também transformadora e, assim, salvífica de Deus se manifestar. A visita de Deus é a bênção que somos chamados a acolher, tornando-nos anfitriões da sua presença, da sua graça, da salvação que nos oferece em Jesus Cristo.

2.O mistério da Encarnação do nosso Deus, em Jesus Cristo, que celebramos no Natalis Domini, é a expressão mais eloquente da visita de Deus à humanidade, pelo que exige uma preparação intensa e coesa.

Por consequência, a Igreja concede o tempo de Advento, como oportunidade para cultivar a esperança, a expectativa da vinda do Senhor ao nosso encontro. Claro que esta iniciativa de Deus exige uma disposição da nossa parte: hospedar, acolher, ser anfitrião. Afinal, se esta é a maior bênção que Deus concede à humanidade, não podemos não a suplicar nem tampouco a ignorar ou rejeitar.

Assim, esta mensagem tem o intuito de nos tornarmos dóceis à visita de Deus, preparando-a e acolhendo-a. Para isso, não podemos desperdiçar um só dia do breve tempo de Advento, para cultivarmos a espera, mas também para continuarmos o percurso sempre inacabado da nossa conversão ao Evangelho.

Neste ano, o início do Advento terá também uma marca particularmente significativa: fará coincidir o início do Ano Pastoral, dedicado ao tema “onde há amor, aí habita Deus”, com o do Ano Litúrgico. Esta orientação para a nossa Arquidiocese de Braga, emanada na Carta Pastoral Juntos somos Igreja sinodal samaritana. Onde há amor, aí habita Deus, pretende que todos os passos da Igreja sejam de configuração com os mistérios de Cristo que celebramos na Liturgia. É por isso que, na véspera do I Domingo de Advento, haverá uma Assembleia Arquidiocesana Sinodal, para a qual todos estamos convocados.

3.A Igreja sinodal samaritana, que nós somos, não pode exigir a cada pessoa este caminho de preparação e de acolhimento da visita de Deus, a não ser que o faça em conjunto, com todos, sem deixar ninguém para trás, sobretudo olhando com particular cuidado os mais pobres e os mais frágeis. Não se trata apenas de uma época do ano para expressar de forma mais visível a solidariedade recíproca, mas é um tempo propício para assumirmos com maior convicção a nossa identidade: caminhamos juntos ao encontro da vulnerabilidade humana, pois é aí um dos lugares privilegiados da visita de Deus.

É por isso que não podemos deixar de abençoar e bendizer os rostos, as mãos e os corações da caridade da Igreja que somos, porque nos sentimos verdadeiramente agraciados com a sua ação no mundo: Cáritas, Misericórdias, Comissão Arquidiocesana Justiça e Paz, Comissão Arquidiocesana de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis, Departamento para as Migrações e Minorias Étnicas, Fraternidade Sacerdotal, Instituto Diocesano de Apoio ao Clero, Serviço Arquidiocesano de Escuta e Acompanhamento Espiritual, Instituições Particulares de Solidariedade Social, Conferências Vicentinas, Equipas Paroquiais de Ação Social e Caritativa, Irmandades... e tantas outras realidades onde a Igreja manifesta a sua identidade, como um sinal visível da visita de Deus à humanidade. É assim que podemos “fazer Natal” na vida de cada pessoa, porque nasce sempre de novo, ao ver restituída a sua dignidade.

4.A sinodalidade é uma bênção de Deus para a Igreja e “fazer sinodalidade” é tornar a sua identidade visível no quotidiano e no concreto, na sua presença e ação no mundo. Com efeito, torna-se imperativo continuar a transição do conceito para a realidade, declinando-o em gestos, comportamentos, ações, modos de estar na vida. Se juntos queremos ser a comunidade dos filhos amados de Deus, o seu povo, então temos de continuar a derramar as bênçãos de Deus pelos caminhos da humanidade, em conjunto, visitando, tornando-nos próximos, tocando as feridas e curando.

Neste espírito, retoma-se também na nossa Arquidiocese, no início do novo Ano Litúrgico e Pastoral, a visita pastoral do bispo ao povo que lhe está confiado. Esta é uma expressão de sinodalidade, porque o bispo visita o seu povo, por mandato e à semelhança do próprio Deus. Dar-se-á particular relevo, nesta visita, aos jovens, promovendo e cultivando a existência de um grupo de jovens em cada Paróquia ou Unidade Pastoral, tomando consciência de que os jovens são uma bênção de Deus para a Igreja. Também aqui se pode suscitar o dom do acolhimento e da hospitalidade, não apenas do bispo que visita, mas sobretudo do próprio Deus, que vem ao encontro do seu povo.

5.Para caminharmos juntos, ao encontro de Deus que nos visita, para cultivarmos a graça de sermos acolhedores, lançamos também o percurso para o tempo do Advento e Natal: “Deus visita-te... sê anfitrião!”. Com esta proposta, pretende-se que cada comunidade mantenha uma fidelidade criativa, para ser sinal de unidade em toda a Arquidiocese. Não é preciso que exista uniformização, pois a diversidade é semente de unidade; e, unidos, podemos caminhar juntos.

Nesta peregrinação litúrgica, espiritual e pastoral, procuraremos fazer a experiência de Deus que visita as crianças, os adolescentes e os jovens, os pecadores, os frágeis, os incrédulos, as famílias, os conflituosos e a criação, não simplesmente para contemplar, mas essencialmente para desenvolvermos a capacidade de sermos anfitriões das bênçãos de Deus. As propostas serão diversificadas e procurarão colocar todos a caminhar em conjunto: as comunidades cristãs na Liturgia, as famílias em suas casas, as crianças e os adolescentes na catequese e na escola, bem como os jovens, no quotidiano.

6.Com Maria, a Senhora da Visitação, abençoamos cada cristão da Arquidiocese de Braga, com quem queremos ser e fazer Igreja sinodal samaritana, porque nos sentimos visitados por Deus e impelidos a acolhê-l’O no rosto concreto de cada irmão e cada irmã.

Aproveitamos ainda para expressar a todas as famílias votos sinceros de um santo Natal e um ano 2023 abençoado!

 

+ José Cordeiro, arcebispo primaz

+ Nuno Almeida, bispo auxiliar

+ Delfim Gomes, bispo auxiliar

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