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20 Nov 2021
Dia Arquidiocesano da Juventude
Homilia no Dia Arquidiocesano da Juventude.
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  © DM

Viemos a este encontro Arquidiocesano da Juventude. Uns de longe, outros de perto. Estamos aqui.

Sejamos sinceros. O que nos motiva neste momento? Interroguemo-nos de verdade. É a alegria de se encontrar com outros? É o passar um dia diferente? Será a vontade de trabalhar pelos jovens?

Permite-me que rectifique intenções. Foi Cristo que te chamou e quer estar contigo como esteve com Pedro, Tiago, João, Carlo Acutis e tantos outros.

Estar com Ele para sentir quanto te ama. Serás capaz de dizer como Pedro: “Para onde iremos? Só tu tens palavras de vida eterna”. Sente-o ao teu lado. Em colóquio íntimo, conhece os Seus sonhos e dá-lhe a conhecer os teus. Como está o teu amor por Ele? Não deverá ir mais além? Não deverá avançar? Estarás a ser jovem católico de sofá? Estarás com Ele para ficar com Ele sem medo nem complexos?

Estar com Ele é pouco. Ele quer estar contigo para estar com a Juventude da Arquidiocese. Os discípulos, aqueles que provaram o seu amor verdadeiro, levaram outros ao Seu encontro. Vivemos preocupados com programas, esquemas, organizações, talvez pensemos em levar alguma coisa para os nossos grupos. Isto não basta. Trata-se de O levar.

Ele já está em muitos grupos de jovens. Só que talvez adormecido. Importa acordar o entusiasmo, o ardor. Temos tantos que foram ou são crismados. Temos de provocar o encontro com a Sua pessoa. Mostrar que Ele está vivo. Mas, mais ainda, teremos de o levar onde Ele não está e já esteve ou onde nunca esteve. Temos jovens que se afastaram. Não por causa de Cristo mas por causa da falsa imagem que lhes demos d’Ele ou de ideias distorcidas da Igreja. Necessitamos de os reencontrar. Não os chameis. Ide ao encontro deles. Lá onde eles se encontram, nos ambientes mais díspares ou desconhecidos. Àqueles que nunca estiveram com Ele, mostrai pela vida o que significa para vós. Pode parecer que não se interessam. Que hostilizam. Acontece que ignoram o verdadeiro rosto. Se virem algo diferente não focarão indiferentes.

Acrescento outro caminho por onde tereis de retornar para O levar. Estamos na rota do caminhar com todos, sinodalmente, mas privilegiamos o testemunho do Samaritano que para diante dos feridos, os marginalizados, os excluídos. Não reparais que há tantos jovens marcados pela dor? Passar ao lado ou ir em frente é comodo, mas não é cristão. Individualizai os marcados pela dor das vossas paróquias, escolas, universidades e arranjai tempo para vos deterdes com eles e derramar sobre as suas feridas óleo da consolação. 

O Papa diz na Cristo Vive: “Nos jovens, encontramos também, gravados na alma, os golpes recebidos, os fracassos, as recordações tristes. Muitas vezes «são as feridas das derrotas da sua própria história, dos desejos frustrados, das discriminações e injustiças sofridas, de não se ter sentido amado ou reconhecido». Além disso, temos «as feridas morais, o peso dos próprios erros, o sentido de culpa por ter errado». Jesus faz-Se presente nestas cruzes dos jovens, para lhes oferecer a sua amizade, o seu alívio, a sua companhia sanadora, e a Igreja quer ser instrumento d’Ele neste percurso rumo à cura interior e à paz do coração” (CV 83).

Procuremos não dar respostas ao que os jovens não procuram, ouçamos as suas inquietações, necessidades, sofrimentos.

Caros jovens, vivemos para estar e para levar Cristo. As Jornadas Mundiais da Juventude interessam relativamente. Estas resultarão se fizermos esta aposta no encontro com Cristo. Como o faremos? Volto a ler-vos o Programa Pastoral, citando palavras do Papa. “Deve-se privilegiar a linguagem da proximidade, a linguagem do amor desinteressado, relacional e existencial que toca o coração, atinge a vida, desperta esperança e anseios. É necessário aproximar-se dos jovens com a gramática do amor, não com o proselitismo. A linguagem que os jovens entendem é a de quantos dão a vida, a daqueles que estão ali por eles e para eles, e a de quem, apesar das suas limitações e fraquezas, se esforça por viver coerentemente a sua fé. Ao mesmo tempo, devemos procurar, ainda com maior sensibilidade, como encarnar o querigma na linguagem dos jovens de hoje” (CV 211). Caro jovem. “Faz-te ao largo…”

 

 † Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz

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