Arquidiocese de Braga -

22 dezembro 2015

O orvalho para uma sociedade humana

Fotografia

Comentário na oração de Laudes do encontro do Clero

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Os tempos de crise esperam soluções rápidas e amedrontam, inquietam as pessoas enquanto elas não acontecem. As grandes revoluções, regra geral, provocam mortes e destruição. Só as coisas pequenas conseguem penetrar nas estruturas do mal. É a persistência destas pequenas coisas que consegue provocar, silenciosamente, a derrocada das coisas más, por vezes tão grandes.

Hoje a Igreja necessita de um Pentecostes que abane as estruturas caducas, tornando-as mais incisivas no mundo. Só o orvalho silencioso dos testemunhos e a força dos pequenos gestos, de cariz misericordioso, penetrarão nessas estruturas do mal para as transformar por dentro. Será que damos a vida ao mundo através do nosso ser e agir?

As nuvens ameaçadoras dos tempos que correm podem ter dois efeitos: provocar catástrofes ou então anunciar o sol que o único justo oferece. Desta forma, que hei-de fazer? Temo as nuvens ou confio no justo que, pelo meu abandono nas suas mãos, ultrapassa a densidade misteriosa de certos eventos e realidades para brilhar com maior esplendor? Como posso abrir-me ao dom da misericórdia de Deus para que a minha misericórdia chova sobre os justos e injustos? Como pastor, carrego os homens feridos e dedico-lhes tempo nas circunstâncias da vida sacerdotal?

+ Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz

Pode ler a homilia completa aqui.


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HML_43_2015.12.22_encontrodoclero.pdf