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Dom Jorge Ferreira da Costa Ortiga | 17 Mai 2004
Intervenção no Conselho Presbiteral
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O Conselho Presbiteral é sempre um instrumento para chegar aos Sacerdotes. Constituído por representantes, cada um é mensageiro e portador de alegrias e preocupações do Pastor. Na alegria do encontro, abro o coração e partilho para entusiasmar e orientar. 1 – Iniciamos este Conselho em Vigília do Aniversário Natalício do Santo Padre que, este ano, se reveste duma impor-tância especial. Em Roma será assinada uma nova Concordata. A propósito, permiti duas observações. 1.1. Estávamos habituados a um ordenamento jurídico que estipulava o relacionamento da Igreja com o Estado segundo uma orientação determinante de separação. Habituámo-nos a conviver e crescemos nestes parâmetros que permitiram a consolidação do Reino nas nossas comunidades Eclesiais e suas estruturas. 1.2. Abre-se uma nova etapa cujos contornos teremos de compreender. Não bastará uma leitura sumária e de mera curiosidade para elogiar ou condenar os interlocutores. Não podemos fugir à novidade e deixar de aceitar os novos desafios que nos serão lançados. Esperamos que seja uma Concordata para os tempos novos e que interpretemos os seus conteúdos com a alegria dum compromisso solene em a conhecer para a pôr em prática. Não choremos o passado. Invistamos na coragem de ser Sacramento, ou seja, sinal de Cristo nestes tempos diferentes. Creio ser conveniente não perder tempo nos comentários superficiais. No momento oportuno, poderemos assimilar os novos conteúdos e investir as nossas energias nas alterações que teremos de efectuar. Muito trabalho nos vai ser pedido. É momento de unidade para nos ajudarmos a concretizar as novas determinações. 2 – Sempre neste ambiente de aniversário do Papa, quero comunicar à Arquidiocese a Sua presença, através dum Legado, nas comemorações do 150.º aniversário da definição do Dogma da Imaculada Conceição e do Centenário da Coroação da imagem de Nossa Senhora. O Cardeal Legado será portador da «Rosa de Ouro» como reconhecimento da peculiaridade deste Santuário que tanto amamos. Na verdade ao longo da história, ela foi atribuída somente a alguns países e personalidades, reis ou príncipes, que o Santo Padre desejava honrar dum modo particular. Mais tarde começa a atribuir-se a Santuários e Imagens que queria distinguir. Parece que o seu uso se deve atribuir a Urbano II mas o primeiro testemunho que a documenta parece ser uma Carta do Papa Eugénio III a Afonso VII (séc. XI), embora outros estabeleçam o séc. XI como início e o Papa Leão IX como primeiro que a atribuiu. Lembremos alguns dos últimos séculos. Pio IX enviou à Rainha Maria Cristina de Espanha e à Imperatriz Eugénia em 1856 e a Nossa Senhora de Lourdes em 1879. Leão XIII à Rainha Maria Henriqueta da Bélgica, em 1893. Pio X oferece à Rainha Isabel II de Espanha, em 1907. Pio XI à Rainha Vitória Eugénia de Espanha em 1923; à Rainha Isabel da Bélgica, em 1926; à Rainha de Itália, em 1937. No mesmo ano oferece ao Carmelo de Lisieux. Pio XII entrega à Grã-Duquesa Carlota do Luxemburgo em 1956. Aos Santuários, Pio XII, em 1953, à Catedral de Goa por causa da sepultura de S. Francisco Xavier. Paulo VI à Basílica da Natividade, em Belém; Nossa Senhora de Guadalupe, em 1966; e Nossa Senhora Aparecida, em 1967. João Paulo II concede, em 1995, ao Santuário de Czestochova e de Loreto. Quanto a Portugal podemos evocar: Em 20.1.1770 Clemente XIV dedica-a à Igreja de Santo António dos Portugueses; Nicolau V, em 13.4.1454, envia-a a D. Afonso V; Júlio II e Leão X, em 1506 e 1514, dedicam-na a D. Manuel; Clemente VII, em 1525, a D. João III, Júlio III, em 1551, ao príncipe D. José; Pio IV, em 1563, à rainha D. Catarina; Gregório XVI, em 1842, a D. Maria II; Leão XIII, em 1892, à rainha D. Amélia e, em 21-11-1964, Paulo VI atribua-a ao Santuário de Fátima. Trata-se dum objecto dourado, em forma de Rosa artística, que, normalmente embora nem sempre isso aconteça, o Santo Padre benze-a no 4.º domingo da Quaresma. Não podemos ficar no privilégio. Oportunamente surgirá um Programa de celebrações a nível nacional e Diocesano. A Diocese terá de se envolver e empenhar para que o amor a Nossa Senhora do Sameiro, por parte do Santo Padre, nos conduza a um encontro mais consciente com Cristo. O Cardeal Legado, como enviado do Santo Padre, é acompanhado por sacerdotes do nosso presbitério que compõem a chamada Missão Pontifícia. No caso concreto, esta Missão será constituída por Mons. Eduardo de Melo Peixoto e Mons. Domingos Coutinho da Silva. 3 – Neste Conselho Presbiteral gostaria que o presbitério, como expressão de toda a Arquidiocese, manifestasse a sua gratidão ao D. António Augusto dos Santos Marto. A sua passagem foi fugaz mas a sua presença perdurará na recordação de quem caminhou connosco na aposta da renovação diocesana. Não sei se soubemos aproveitar todos os seus talentos. Ele nos perdoará e continuaremos numa proximidade de corações e de vidas. D. Marto, bem haja pela dedicação e aceite, como mero sinal de admiração e gratidão, esta colecção de Fastos Episcopais da Igreja de Braga. Com a sua palavra e testemunho também entrou a fazer parte dos seus conteúdos. 4 – Continuamos a empresa de dotar a Arquidiocese de estruturas que permitam uma pastoral actualizada. Como é do conhecimento geral, não pretendemos alienar património e estou atento à gestão do existente. Continuaremos no esforço o aproveitar e de o adaptar às novas situações. No momento destinado à Vida Diocesana estarei aberto e disponível para prestar qualquer esclarecimento. Procuro fazer o melhor, mas só ouvindo todos o conseguirei e o diálogo sincero e transparente tem de ser o único caminho a percorrer. Creio que ninguém ignora que procuro o consenso, penso as ideias e adapto-me com facilidade à vontade da maioria. Sem confiança mútua e comunicação do que sentimos, não é possível edificar Igreja. 5 – Não posso deixar de dizer uma palavra de alegria pela Beatificação da Alexandrina Maria da Costa. Atingiu-se uma meta. Temos outras a percorrer. Acredito que com a colaboração de todos o conseguiremos. Urge conhecer, verdadeiramente, a sua mensagem e a sua experiência mística. No próximo ano, comemorando os os cinquenta anos da sua morte (13 de Outubro de 2005), teremos de organizar, entre outras coisas, um Congresso Científico capaz de nos proporcionar as dimensões teológicas, místicas e pastorais desta vida maravilhosa. Entretanto, saibamos extrair para a Igreja Diocesana o resumo da vida efectuado pelo Santo Padre. «Sacrificar a vida por quem se ama». Amar a Cristo… amar a Igreja e… para isso, sacrificar a vida. Tenho pedido esta graça particularmente para os nossos sacerdotes. 6 – Abordaremos, neste Conselho, duas temáticas de primordial importância. O fenómeno novo do urbanismo com a mobilidade e globalização a suscitar respostas pastorais novas e deixaremos sugestões para o Ano Vocacional que será o nosso Programa Pastoral em 2004-05. Teremos de vocacionalizar a nossa pastoral e fazer com que todos se empenhem neste problema. Não basta lamentar-se ou esperar que os outros façam. Na economia da Salvação, Deus continua a chamar por intermédio de todos e hoje poderá pedir-nos atitudes novas no serviço pastoral às comunidades. Não há Igreja sem vocações de especial consagração. Mas os leigos, pelo baptismo, vivem em corresponsabilidade para a missão. Invistamos na formação para agir, convenientemente, no presente e no futuro. Aceitemos estas ideias e que elas dominem as nossas conversas destes dias. Sameiro, 18-05-04 +Jorge Ortiga, A. P.
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