Arquidiocese de Braga -

5 setembro 2019

Papa Francisco evoca história de Eusébio em encontro com jovens

Fotografia

DACS com RR/Agência Ecclesia

Francisco encontrou-se com jovens moçambicanos de várias religiões.

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O Papa Francisco falou esta Quinta-Feira de Eusébio da Silva Ferreira como exemplo de um jovem que não caiu na resignação e na ansiedade, conseguindo assim cumprir os seus sonhos e chegando ao topo da sua carreira de futebolista.

Francisco encontrou-se com jovens moçambicanos de várias religiões no Pavilhão de Maxaquene, em Maputo, desafiando-os a um compromisso conjunto pela paz no país.

“Sei que a maioria de vós gosta muito de futebol. Recordo um grande jogador destas terras que aprendeu a não se resignar: Eusébio da Silva, a pantera negra. Começou a sua vida desportiva no clube desta cidade. As graves dificuldades económicas da sua família e a morte prematura do seu pai não impediram os seus sonhos, a sua paixão pelo futebol fê-lo perseverar, sonhar e continuar para diante... chegando a marcar 77 golos para este clube de Maxaquene!”

“Não faltavam razões para se resignar… O seu sonho e vontade de jogar lançaram-no para diante, mas igualmente importante foi encontrar com quem jogar. Bem sabeis que, numa equipa, não são todos iguais, nem fazem as mesmas coisas ou pensam da mesma maneira. Cada jogador tem as suas características, como podemos descobrir e desfrutar neste encontro: vimos de tradições diferentes e inclusive podemos falar línguas diversas, mas isto não impediu de nos encontrarmos”, disse o Papa.

O discurso evocou ainda a figura da atleta Maria de Lurdes Mutola, campeã dos 800 metros nos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000, entre outras vitórias: “Os seus nove títulos mundiais não a fizeram esquecer-se do seu povo, das suas raízes, mas continuou a olhar pelas crianças necessitadas de Moçambique. Como o desporto nos ensina a perseverar nos nossos sonhos!”

O Papa pediu então que os jovens não se deixassem nunca levar pela resignação nem pela ansiedade. “São grandes inimigas da vida, porque normalmente nos impelem por um caminho fácil, mas de derrota; e a portagem que pedem para passar é muito cara… Paga-se com a própria felicidade e até com a própria vida.”

O Papa foi acolhido no pavilhão de Maxaquene por uma multidão de jovens que cantavam pela reconciliação e que apresentaram uma série de músicas e atuações em que o tema da paz foi recorrente.

Como é tradição nestes encontros, o pontífice convidou os jovens ao diálogo com os idosos, valorizando aqueles que “os precederam”, e recordou quem está desempregado, sem-abrigo ou “sem encontrar uma mão amiga”.

“Eu sei que vós acreditais neste amor que torna possível a reconciliação; porque acreditais neste amor, tenho a certeza de que tendes esperança e que não deixareis de percorrer com alegria os caminhos da paz. Muito obrigado e, por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Que Deus vos abençoe”, concluiu.