Os grandes acontecimentos devem ser celebrados com sinais que testemunhem, permanentemente, o que anunciam. A história da Arquidiocese está estruturalmente ligada a Maria. O seu rito era – e continuará a ser – uma manifestação dum amor filial. Nascemos e crescemos à sombra de Santa Maria de Braga. Não admira, por isso, que nos montes e colinas apareçam santuários quase sempre dedicados à Mãe. Também as estruturas diocesanas eram confiadas à sua guarda e protecção. Encontramo-nos numa casa que, aceitando o encargo de se constituir em Seminário Menor e mesmo com nomes diferentes ligados à história da mesma, se identifica como Seminário de Nossa Senhora da Conceição. Por aqui passaram todos os sacerdotes da Arquidiocese. Os números eram significativos. O presente obriga-nos a alterações de espaços e de qualidade. Na verdade, com as obras que hoje inauguramos, pretende-se uma aposta no espírito de família e de comunhão dos jovens entre si e dum sacerdote que acompanha com solicitude e proximidade o discernimento vocacional. São cerca de sessenta quartos, com as condições que a vida moderna exige, situados em três corredores e ao redor de uma sala de estudo e dum gabinete e quarto para os sacerdotes. Completam este espaço, especificamente considerado como Seminário, salas e biblioteca. Falta-nos uma capela, adaptada ao número, que nascerá no actual coro que adaptaremos quando nos for possível restaurar a capela actual. Integrado no mesmo edifício, irá nascer o Centro Cultural e Pastoral. Já vislumbramos algo daquilo que virá a ser. O facto de querermos prestar homenagem à Imaculada neste dia de aniversário, fez com que adiássemos o que tinha tido um início anterior. São dois espaçam que se integram, sendo possível passar dum para o outro e usar em caso de necessidade. O Seminário pode crescer para o Centro e este, em período de férias, pode aproveitar os espaços daquele. Este intercâmbio da proximidade poderá suscitar nos movimentos e nos leigos um maior amor pelo Seminário e dar aos Seminaristas o testemunho de leigos que se dedicam ao serviço do Reino. A autonomia é total, exceptuando a entrada e recepção que será comum, também, para os Serviços Centrais, e a simbiose e comunhão pode ser vantajosa para ambos os destinatários. Senhor Cardeal D. Eugénio Sales pedimos-lhe que proceda à bênção desta adaptação do Seminário de Nossa Senhora da Conceição. Em vossa Eminência aqui e agora, vislumbramos Sua Santidade o Papa, a quem asseguramos a mais sincera comunhão com o propósito de, também nós, nos tornarmos até à exaustão, artífices duma nova Evangelização. A visita às instalações simbolizam, em Ano Vocacional e Eucarístico, o amor que dedicamos aos seminaristas. Os quais, aqui presentes, ficarão contentes e, neles, auguramos que outras famílias eduquem para o seguimento de Cristo. Que as comunidades paroquiais, os movimentos e, particularmente, as famílias nos recompensem pelo esforço que fizemos e continuaremos a fazer. A vós seminaristas o encargo de mostrar que vale a pena o sacrifício. Que Senhora da Conceição nos conceda a graça de ser fieis continuadores do seu “Sim”. Deste modo seremos uma mais valia para a Arquidiocese, para a sociedade e para os homens e mulheres que nesta peregrinam. Com sacerdotes marianos, e por isso, santos, estaremos no patamar exigido para o hoje da Igreja. Inauguração do Seminário Menor 08/12/2004 Jorge Ortiga A. P.