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D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga | 11 Set 2004
Vocação de catequista para chamar
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(Homilia do Arcebispo Primaz, na Eucaristia do Dia Diocesano do Catequista - Sameiro) Importa começar por reconhecer que a Arquidiocese está a assumir, dum modo crescente, a aceitação e vivência dos “Dias Diocesanos”. Infelizmente, temos de lamentar que muitas comunidades se alheiam refugiando-se na desculpa da inutilidade destes momentos. Continuarei a sublinhar – e a agradecer aos Departamentos que esmeradamente os organizam – a importância dos encontros por sectores de pastoral. O convívio ajuda a conhecer-se, o diálogo facilita a compreensão da identidade da missão confiada pela Igreja e a partilha de experiências torna-se estímulo e gera a coragem para ultrapassar todas as dificuldades. Neste Ano Vocacional, gostaria de interpelar-vos – e em vós a todos os catequistas – a que interiorizeis que o vosso serviço catequético antes de ser um trabalho é um chamamento que, constantemente, devereis acolher na oração e no acolhimento da Palavra. Como tal, devereis alimentar-vos duma sólida espiritualidade eclesial que vai evidenciando a maravilha e a beleza deste dom consignado na vocação de ser catequista. Preparando-vos para esta experiência em primeira pessoa, não temais o encargo que a Igreja vos confia e vivei-o responsavelmente e com alegria. Aceitai a grande certeza de S. Paulo a Timóteo: “Dou graças Àquele que me deu força, Jesus Cristo, nosso Senhor, que me julgou digno de confiança e me chamou ao seu serviço” (1 Tim. 1, 12). É em Cristo que está a vossa força. Só Ele pode seduzir e motivar. Nesta consciência tornai-vos mediadores do chamamento de Cristo. Todos os catecismos estão permeados de hipóteses de propostas e são um verdadeiro e próprio itinerário vocacional. Aproveitai os conteúdos e os valores que eles encerram através dum uso inteligente e constante tornando a vossa catequese uma catequese vocacional. Na verdade, a dimensão vocacional não é algo a acrescentar ocasionalmente. A vocação não é mais um tema a abordar mas importa fazer com que ela emerja dos vários conteúdos e momentos catequéticos. Catequese e vocação tornam-se, ou devem tornar-se, realidades sinónimas e nunca separadas, de difícil articulação. Se a catequese, no seu itinerário unitário e progressivo, não dá motivação para considerar a vida cristã – desde a infância até à idade adulta – como uma resposta ao chamamento de Deus falha no seu objectivo essencial. Peço-vos, por isso, acreditai na responsabilidade e dever de anunciar o Evangelho do chamamento; privilegiai a alegria de seguirdes Cristo e de acolher a Sua Boa Nova na certeza de que um ensino separado do testemunho da vida dificilmente se torna “itinerário” de fé vocacional; prestai uma atenção cuidada a cada criança ou adolescente onde poderá germinar uma semente vocacional que deve ser não só estimulada mas acompanhada; dai as vossas sessões em ambiente de oração para que a catequese não redunde numa aula onde se aprendem coisas mas seja um local onde nos habituamos a “escutar” o Senhor que tem sempre algo a dizer na vida; não receeis a proposta explicita das várias vocações onde sublinhais a existência de caminhos diferentes mas um único amor a experimentar e a comunicar. Nesta catequese vocacional, o Evangelho de hoje convida-nos a prestar um cuidado especial às “ovelhas perdidas” que é necessário encontrar para alegria comum. Que mensagem nos poderá dizer esta passagem? Levanto uma questão que não podemos ignorar. São cada vez mais as crianças e os jovens das nossas comunidades que se alheiam à dinâmica dum processo de formação. Parece-me oportuno que todas as comunidades se consciencializem desta realidade e conheçam a verdadeira dimensão do problema. Exagerarei se afirmar que o número cresce? Que as crianças fogem? Não ouso responder. Interpelo-vos a “ver” serenamente. Perante este cenário não basta uma catequese de imposições e ameaças. Quem não vier nada pode fazer isto ou receber este sacramento. Com este comportamento, característico dum autoritarismo da época da cristandade que já passou, poderemos conseguir que alguns venham contrariados para efectuarem a “despedida” quando atingirem o momento pretendido que ficará marcado nos livros mas não na vida. Aí permanecerá a revolta que se foi ocultando. Talvez não seja fácil descobrir a melhor maneira de agir. Parece-me, porém, que o chamamento de Cristo é para a experiência do Amor e só com este conseguiremos trazer para a Casa de Deus quem dela se afastou. Direi que a vocação do catequista é uma vocação de amor e este não deixa ninguém indiferente. Moisés, na primeira leitura, não “permitiu” que Deus “inflamasse a Sua indignação contra o povo” que havia retirado do Egipto. Recordou-lhe a fidelidade de Abraão, Isaac e Israel e Deus voltou à experiência da intimidade na herança saboreada com o Seu povo. Há aqui um campo onde a imaginação criativa deve ser pródiga. “Levantai-vos. Vamos”. É a síntese programática para este ano a vivenciar em todos os sectores da pastoral. Os discípulos partiram para o encontro com a cruz. Também o nosso trabalho está repleto de contrariedades. Deveremos “levantar” a qualidade da catequese e deveremos “levantar-nos” para “ir” ao encontro dos mais afastados. Não o poderemos fazer com facilidades. Há quem teime em métodos tradicionais e espere contentar com eles quem vive dentro doutros contextos. Surge, aqui, a formação permanente como a única capaz de dar resposta. Crescei, por isso, na qualidade da vossa catequese. Caríssimos(as) catequistas, “Levantai-vos. Vamos”. O caminho é longo. A luz que vos espera é consoladora. Experimentareis o manancial de felicidade que mais ninguém oferece. Sameiro, 11.09.04 + Jorge Ortiga, A.P.
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