Arquidiocese de Braga -

1 setembro 2022

“O Rosto Inacabado”, o novo trabalho do monsenhor Mário Rui de Oliveira

Fotografia

dacs

Na base do texto está um retiro quaresmal que o presbítero orientou na Suíça.

\n

O monsenhor Mário Rui de Oliveira publicou o seu mais recente trabalho intitulado “O Rosto Inacabado-Aproximações ao Rosto de Cristo e do Homem”. Na base do texto está um retiro quaresmal que o presbítero orientou na Suíça. A importância dos rostos e o papel que estes têm nas relações interpessoais foram o mote para a escolha do tema do encontro.

O livro aborda a importância do rosto, nomeadamente o de Cristo. Para Mário Rui de Oliveira, o rosto de Jesus é o centro da quaresma e do mistério pascal. “O cristianismo é a religião dos rostos, e neste sentido é um contínuo reenvio ao rosto dos rostos, a Cristo, que na Sua beleza, mesmo desfigurada, decifra o enigma do rosto inacabado de cada homem e mulher”, afirma.

Sobre o retiro espiritual, o sacerdote descreve este tipo de encontros como “experiências de vizinhança”, na medida em que “Deus é vizinho, e nós somos vizinhos de Deus”. Só essa proximidade nos permite contemplar o Seu rosto e, neste caso, “saborear que o Rosto de Jesus é o lugar do amor e que o Seu olhar, manso e humilde, revela a nossa natureza: Deus fez-se homem para que o homem possa entrar em comunhão com Deus”.

A obra convida-nos a reflectir sobre a transfiguração de Jesus no monte Tabor, nomeadamente a visão espiritual que os apóstolos tiveram de Cristo transfigurado. Mário Rui de Oliveira acredita ainda que os sacerdotes, “juntamente com o povo cristão, deveriam aprender a contemplar a realidade com os olhos dos apóstolos no momento da Transfiguração.”

O autor identifica ainda a relação da transfiguração com a agonia de Jesus no Horto das Oliveiras: “por meio da Transfiguração os apóstolos foram preparados para não se escandalizarem com o que estava para acontecer a Jesus, a agonia e a sua morte violenta, escandalosa e injusta, mas também para os sofrimentos que eles próprios padeceriam depois”.

À semelhança de Jesus, também o nosso rosto, como seres humanos, e como cristãos, está ainda em construção, é inacabado. O presbítero acredita que só “amando e seguindo a face de Jesus poderemos conformar a nossa imagem à Sua”. Depois “veremos Deus face a face. Mas de momento vemos tudo como num espelho. A vida e a história são o grande atelier onde poderemos construir e completar o grande puzzle que é o nosso rosto, humano e cristão”, refere. 

O Monsenhor Mário Rui de Oliveira encontra-se desde 2007 a exercer o seu ministério na Cúria Romana, no Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica;