Arquidiocese de Braga -

2 fevereiro 2017

Inserir-se no mundo

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Homilia na Festa da Apresentação do Senhor

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Celebramos a festa da Apresentação do Senhor em Ano Mariano. Um ano para reconhecermos que a fé, enquanto experiência vital do cristão, exige uma atitude contemplativa. Sem gestos que manifestem verdadeira contemplação, a identidade cristã não se exprime com profundidade e verdade.

Ainda que mergulhados na contemplação, nunca podemos esquecer o concreto da vida pessoal e comunitária. Neste sentido, a festa que hoje celebramos é uma oportunidade para reflectir sobre a harmoniosa conjugação entre a fé contemplada e vivida nas 24 horas de cada dia. A liturgia apresenta-nos Jesus como luz do mundo, ou seja, “luz para se revelar às nações”. A luz permite ver e aquecer. Com ela aquecemos o gélido mundo em que habitamos e somos luz que indica caminhos novos, capazes de ultrapassar a crise cultural, económica e religiosa em que nos encontramos. Com Cristo, Luz do mundo, olhamos também para Maria como a Senhora da Luz ou Senhora das Candeias. Sublinhamos este pormenor cristológico e mariano para dizer que o cristão deve ser luz que brilha na escuridão do mundo moderno e aquece uma sociedade com problemas complexos que geram perplexidade quanto ao futuro.

Esta ligação faz-nos recordar o Programa Pastoral. E como é bom regressar sempre às suas ideias e sugestões! Maria mostra-nos que Deus prefere “o tempo ao templo, a casa à Sinagoga”. Deus não desenvolve a trama da salvação fora da história humana, não constrói uma história inventada, mas insere-se nos acontecimentos quotidianos, assume a nossa carne. É no “tempo” e na “casa” que Deus concretiza as suas promessas. A partir das periferias, Maria é a “mulher das periferias”. Assim se escreve no Programa Pastoral.

† Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz

 

Pode descarregar abaixo o PDF da homilia na íntegra


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